“As presas na Venezuela sobrevivem em condições desumanas: Amontoadas, sem acesso regular a água potável, cuidados médicos especializados ou produtos para uma menstruação com dignidade”, denuncia a Provea na sua conta da X.
Na mesma rede social, a Provea precisou que “as famílias carregam tudo: comida, analgésicos, pensos higiénicos, água para beber e para higiene pessoal”.
“O Estado venezuelano desinteressa-se completamente, inclusive do mais básico”, sublinhou.
A ONG denunciou ainda que durante a repressão após as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, “pelo menos 2400 pessoas foram detidas em apenas 16 dias”, entre elas “293 eram mulheres” das quais “hoje, 92 continuam presas por motivos políticos, muitas delas num sistema desenhado para as esquecer”.
“A Venezuela incumpre as regras de Banguecoque da ONU, que exigem condições dignas, produtos de higiene gratuitos e assistência médica adequada nos centros de detenção. Essa omissão pode constituir um tratamento degradante, como tem alertado o Comité Europeu para a Prevenção da Tortura”, afirma.
Dados divulgados recentemente pela ONG Foro Penal (FP), na Venezuela estão detidas 927 pessoas por motivos políticos, das quais 831 são homens e 96 mulheres, 922 são adultos e 5 adolescentes.
O FP desconhece o paradeiro de 52 pessoas detidas por motivos políticos.
Em 3 de junho de 2024 o FP tinha registo de 82 cidadãos detidos com dupla nacionalidade e 18.409 detenções desde 2014.
Apesar de a população, as ONG e a oposição falar frequentemente de pessoas presas por motivos políticos, o Governo da Venezuela tem insistido que no país não há presos políticos no país, mas sim políticos presos, pessoas que cometeram vários crimes.
Lusa