Ao mesmo tempo, segundo reforçou o especialista peruano, “na Colômbia, as infeções podem atingir em breve os níveis recorde de janeiro passado” e as unidades de cuidados intensivos (UCI) e os hospitais de várias cidades colombianas, como Bogotá (capital) ou Medellín, “estão a atingir os limites”.
Ciro Ugarte acrescentou que, desde o início de 2021, a América Latina tem vindo a registar um aumento da incidência de casos da doença covid-19 nas faixas etárias mais jovens, indicando que a escassez de vacinas verificada na região obrigou a um planeamento que deu prioridade à inoculação das pessoas mais velhas e dos profissionais de saúde.
“O panorama é muito preocupante na América Latina. Os nossos países estão em muitas frentes de batalha, uma vez que enfrentam o desafio de conseguir mais vacinas num contexto de uma enorme crise económica e de saturação dos sistemas de saúde”, frisou o perito.
Este novo pico de infeções na região está potencialmente relacionado com um relaxamento das medidas de prevenção que foi verificado nos últimos meses e que coincidiu com os períodos de férias associados a várias festividades, como Natal, Carnaval ou a Páscoa, segundo referiu, por sua vez, o diretor-adjunto de Emergências Sanitárias da OPAS, Sylvain Aldighieri.
Embora a região tenha recebido cerca de 7,3 milhões de doses de vacinas através da plataforma COVAX (iniciativa liderada pela OMS e que visa assegurar o acesso global e equitativo às vacinas), Ciro Ugarte sublinhou que as necessidades da América Latina ainda são muito grandes e que “muitos países não podem assinar acordos bilaterais" com empresas farmacêuticas.
A região da América Latina soma cerca de 30 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2) e mais de 900 mil mortes associadas à doença covid-19 desde o início da crise sanitária, sendo que o Brasil é o país da região mais afetado (14 milhões de casos e quase 400 mil óbitos).