Os resultados definitivos das estatísticas demográficas de 2022 indicam para a Região um saldo natural negativo de 1 345 indivíduos, resultante de um número de nados-vivos (1 758) inferior ao número de óbitos (3 103). A diferença entre o número de nascimentos e de mortes mantém-se negativa desde 2009, tendo o valor de 2022 acentuado essa tendência.
Nascimentos – Percentagem de nados-vivos de mães com 40 ou mais anos voltou a aumentar
Em 2022, registaram-se 1 758 nados-vivos, filhos de mães residentes na Região, mais 0,8% (14 crianças) do que em 2021, invertendo-se assim a tendência de decréscimo da natalidade observada desde 2018.
O maior registo de nascimentos ocorreu em dezembro (170) e o menor em junho (116).
Das 1 758 crianças nascidas em 2022, 51,3% eram do sexo masculino, representando uma relação de masculinidade à nascença de 105, ou seja, por cada 100 crianças do sexo feminino nasceram cerca de 105 do sexo masculino. No país este valor foi igual.
Dando continuidade a uma tendência que já vem desde 2016, a maior parte dos nascimentos registados em 2022 ocorreram fora do casamento, constituindo 62,3% do total (60,2% no país): 41,8% de pais que viviam em coabitação e 20,5% de pais que não viviam em coabitação.
A maior concentração de nascimentos deu-se para mães com idades superiores a 29 anos (64,4%), percentagem inferior à nacional (66,2%). De notar que as mães com idades compreendidas entre 30 e 39 anos foram responsáveis por 54,9% do total de nascimentos averbados neste ano.
A proporção de nados-vivos de mães com 40 ou mais anos foi superior à de 2021 (8,7% em 2021 e 9,4% em 2022), tendo o número de nados-vivos de mães deste grupo etário aumentado de 140 para 160. O número de nados-vivos de mães adolescentes (19 ou menos anos) diminuiu de 34 em 2021 para 25 em 2022 (1,9% em 2021 e 1,4% em 2022).
Em média, as mães residentes na Região tiveram o primeiro filho aos 30,5 anos, ligeiramente mais cedo do que em 2021 (30,8 anos).
Óbitos – Março foi o mês com mais óbitos no ano de 2022
Em 2022, registaram-se 3 103 óbitos, mais 228 do que em 2021 (2 875 óbitos), representando um aumento de 7,9%. Da totalidade de óbitos registados neste ano, 81,6% ocorreu para indivíduos com 65 ou mais anos (86,6% no país) e 52,3% para indivíduos com idades iguais ou superiores a 80 anos (60,7% em Portugal).
O número de óbitos variou ao longo dos meses do ano. O registo mais alto ocorreu no mês de março (310 óbitos) e o valor inferior no mês de agosto (217 óbitos).
Em 2022, ocorreram 1 453 óbitos de homens (46,8%) e 1 650 de mulheres (53,2%). Desde o início do século, só a partir de 2010 é que o número de óbitos de mulheres passou a superar o de homens, com exceção do ano de 2016.
No ano em referência, contabilizaram-se 3 óbitos de crianças com menos de 1 ano (6 em 2021) e 7 óbitos fetais de mães residentes na RAM (6 em 2021). Em consequência, a taxa de mortalidade infantil fixou-se em 1,7 óbitos por mil nados vivos (3,4 em 2021), valor acima da média nacional (2,6 óbitos por mil nados vivos).
Casamentos – Idade média ao primeiro casamento aumentou
Na RAM, em 2022, realizaram-se 1 139 casamentos, o que representa um aumento de 31,5% relativamente ao ano transato (866 casamentos). Do total de casamentos observados neste período, 97,5% foram celebrados entre pessoas de sexo oposto, sendo os restantes celebrados entre pessoas do mesmo sexo (29 no total: 11 entre pessoas do sexo masculino e 18 entre pessoas do sexo feminino).
O número de casamentos variou ao longo dos meses do ano, atingindo o valor mais alto no mês de agosto (151 casamentos). O menor número de casamentos ocorreu no mês de janeiro, tendo sido celebrados 46 casamentos.
Os dados revelam ainda que 67,5% dos casamentos oficializados em 2022 diziam respeito a “primeiros casamentos”. De notar que em 70,9% dos casamentos, os nubentes já partilhavam residência antes do casamento. Segundo o regime de bens, em 65,3% dos casamentos optou-se pelo regime de comunhão de adquiridos.
Quanto à forma de celebração dos casamentos entre pessoas do sexo oposto, 71,7% foram realizados pelo civil e 28,1% pelo rito católico.
A idade média ao primeiro casamento ascendeu a 33,4 anos para as mulheres e a 34,9 anos para os homens (respetivamente, 32,7 e 34,7 anos em 2021).
Em 2022, ocorreram 1 102 dissoluções de casamento por morte do cônjuge, menos 2 do que em 2021. Destas resultaram 311 viúvos e 791 viúvas. A dissolução do casamento por morte do cônjuge afeta sobretudo as mulheres, em particular, devido à maior esperança de vida feminina.