“O apetite por um novo partido […] é colossal”, declarou um dos três dirigentes da nova formação, James Clarke, que assume a inspiração na “República em Marcha”, o movimento do presidente francês, Emmanuel Macron.
Ano e meio depois do referendo em que 52% dos eleitores escolheram sair da União Europeia (UE), o Brexit continua a dividir o eleitorado e até o Partido Conservador, no poder.
Mas tanto os conservadores como a oposição trabalhista prometeram respeitar o resultado da consulta e o terceiro partido britânico, o pró-europeu Partido Liberal-Democrata, não conseguiu capitalizar os “anti-Brexit”.
“O ‘Renew’ quer ser um veículo para as pessoas que não se sentem representadas politicamente, que se sentem ignoradas”, disse Clarke.
Os dirigentes do novo partido inspiraram-se no movimento criado por Emmanuel Macron que, um ano depois de ser formado, venceu as presidenciais e as legislativas em França.
“Não há uma ligação formal entre o ‘Renew’ e o ‘En Marche’, mas o que pretendemos não está muito longe do que Macron conseguiu em França […]. Mostrou que é possível fazer algo de extraordinário em pouco tempo”, explicou Clarke.
“Gostamos de nos considerar diferentes dos partidos políticos tradicionais”, prosseguiu. Nem de esquerda nem de direita, o ‘Renew’ quer afirmar-se “no vazio no centro da política britânica”.
O novo partido, dirigido por James Clarke, Sandra Khadhouri e James Torrance, conta apresentar candidatos aos 650 assentos parlamentares nas próximas legislativas, previstas para 2022.
O ‘Renew’ é uma de várias iniciativas pró-UE e anti-‘Brexit’ que surgiram nos últimos meses.
No início de fevereiro, um conjunto de movimentos contra o ‘Brexit’ lançou a plataforma “Grassroots Coordinating Group” (GCG) para coordenar esforços para influenciar as negociações com Bruxelas e tentar convocar um novo referendo.
Uma outra organização, “Our Future, Our Choice”, foi lançada por um grupo de jovens que quer “impedir democraticamente” o ‘Brexit’ a que se juntou um membro trabalhista da Câmara dos Lordes, Andrew Adonis.
Há também a organização “Best for Britain”, fundada por Gina Miller, a empresária que levou o governo britânico a tribunal para o obrigar a submeter o Brexit a votação no Parlamento, que já contou com um financiamento de 500.000 libras (564.000 euros) do milionário norte-americano George Soros.
A data prevista para a saída do Reino Unido da União Europeia é 29 de março de 2019.
LUSA