O professor do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão, que é administrador da PremiValor Consulting e presidente do conselho fiscal do Fórum do Consumo, falava no Funchal, na conferência "Apresentação da relação custo/benefício da construção do novo Hospital Central da Madeira", durante a qual apresentou o estudo realizado pela consultora sobre o impacto local da nova infraestrutura de saúde.
O professor reconheceu que, numa análise financeira, a obra tem um impacto negativo de 76 milhões de euros, "mas, depois, são contrabalançados com uma componente bastante positiva que são a chamadas externalidades", designadamente a criação de postos de trabalho, o efeito nas empresas locais e a redução dos custos de insularidade.
Para Telmo Vieira, o novo Hospital Central da Madeira é um projeto claramente viável que apresenta um Valor Atual Líquido (VAL, que corresponde à soma das componentes financeira e económica) de 68,9 milhões de euros, sem contar com a comparticipação do Governo da República, no valor de 122,1 milhões de euros.
"Em termos de taxa de rentabilidade económica temos 10,45%, que aumenta significativamente e passa para 86,68% com a componente do Governo Central. Portanto, o que há a referir é que, mesmo sem a componente do Estado, o projeto é economicamente viável, mas se considerarmos a componente do Estado o projeto é bastante economicamente viável", afirmou.
Telmo Vieira salientou ainda que nesta análise não entram outras potencialidades, como a criação de um nicho de turismo de saúde, um polo de ‘startups’ na área da saúde, um centro de investigação e desenvolvimento ou uma área de estudos observacionais.
Entre estes domínios que podem ser desenvolvidos em torno do novo hospital há ainda uma transformação digital no sistema de saúde.
O secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, salientou, por seu lado, que o novo hospital, de "vanguarda", representa um trabalho "hercúleo" do Governo Regional.
"Estamos a construir um hospital que dê resposta aos próximos 30 anos de autonomia da Região Autónoma da Madeira e corresponde a mais um investimento que é feito pelo Governo Regional", disse, na primeira de 12 conferências que serão realizadas este ano sobre o novo equipamento, dirigidas aos agentes do setor e à sociedade civil.
A próxima conferência será dedicada ao tema "O novo hospital e a Universidade da Madeira – que futuro para esta parceria para os próximos anos?".
C/LUSA