Em declarações à agência Lusa, o virologista do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa explicou que estão sempre a surgir novas variantes, desde o início da pandemia.
“Estão sempre a aparecer variantes e as variantes que predominam, em relação às outras, são aquelas que têm mais vantagem de disseminação, mais aptidão para se disseminar”, disse, adiantando que é um “processo natural”.
De acordo com o virologista, as novas variantes devem ser vigiadas e não criar pânico na sociedade, porque faz parte do processo de replicação e evolutivo do vírus SARS-CoV-2.
“[As variantes] Não têm impacto de provocar maior doença. Do ponto de vista evolutivo, não faz sentido, porque se assim fosse não tinha uma capacidade de disseminação tão rápida, seriam facilmente identificadas em termos clínicos e as pessoas isoladas sem hipótese de as disseminar”, realçou.
Para Pedro Simas, as variantes não devem ser utilizadas para tentar justificar falhas na contenção da propagação comunitária e nem usadas para “tentar incutir um sentido de insegurança nas pessoas em relação às vacinas”.
“Se uma variante como a do Reino Unido que tem uma maior vantagem de disseminação numa determinada área geográfica e é natural que ela se espalhe, porque ela domina em relação às outras, isso não quer dizer que tenha propriedades de causar doenças maiores, não quer dizer necessariamente impacto na eficácia das vacinas”, indicou.
Demonstrando preocupação, mas não alarmismo, o virologista precisou que as vacinas serão mudadas caso surja uma estirpe com “impacto significativo”.