Através de um vídeo que publicou na sexta-feira na rede social Twitter, Juan Guaidó convocou uma grande manifestação para hoje e para o próximo sábado, apelando aos venezuelanos para realizarem as ações de protesto, entre as 12:00 e as 14:00 horas locais (entre as 16:00 e as 18:00 horas em Lisboa).
Também hoje, no Porto, há uma ação de solidariedade com a Revolução Bolivariana, promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), em conjunto com outras organizações "solidárias com o povo venezuelano”.
A iniciativa defende o “legítimo direito” do povo venezuelano a decidir soberanamente o seu caminho de desenvolvimento, “um direito consagrado na Carta das Nações Unidas e no Direito Internacional".
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.
A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.
A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
C/ LUSA