“Infelizmente, no último dia houve um caso trágico em que as nossas forças atingiram involuntariamente pessoas inocentes na Faixa de Gaza”, disse Netanyahu numa mensagem de agradecimento à equipa de saúde que o operou a uma hérnia no domingo, depois de ter tido alta.
O primeiro-ministro reiterou que o incidente será objeto de uma investigação exaustiva, afirmando que tais coisas “acontecem na guerra”.
“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que não volte a acontecer”, acrescentou.
Antes, o exército israelita tinha anunciado que um organismo militar independente, o Mecanismo de Apuramento de Factos e Investigação, iria investigar o ataque, que levou a organização não-governamental (ONG) a suspender as suas operações na região.
O ataque matou sete trabalhadores da WCK, dos quais três palestinianos e quatro estrangeiros, de nacionalidades britânica, polaca, australiana e um cidadão americano-canadiano.
A instituição é uma das duas ONG ativamente envolvidas na entrega de ajuda a Gaza por via marítima a partir de Chipre.
A WCK explicou que um dos seus veículos foi atacado pelo exército israelita ao passar por Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza, depois de sair de um armazém onde tinham descarregado 100 toneladas de alimentos, num movimento coordenado com as autoridades israelitas.
Imagens recentemente publicadas nas redes sociais mostram que um dos veículos da organização WCK apresenta danos no tejadilho, o que sugere que poderá ter sido atingido por um ataque aéreo.
O fundador da WCK, o chef José Andrés, deplorou o ataque e defendeu que Israel “tem de parar com esta matança indiscriminada”.
O ataque contra os trabalhadores humanitários já foi condenado pela União Europeia e por vários países europeus, incluindo Reino Unido, Espanha e Bélgica, que exigiram explicações a Israel pela morte de sete trabalhadores da organização humanitária.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, a World Central Kitchen tem participado nos esforços de socorro, no fornecimento de refeições aos residentes de Gaza.
A WCK, com sede na capital dos Estados Unidos, foi fundada por José Andrés durante a grave crise humanitária que afetou o Haiti depois do violento tremor de terra, em 2010.
Lusa