Os astronautas, dois homens e uma mulher, foram vistos a flutuar ao redor do módulo, através de um vídeo em direto, antes de afirmarem que se comprometem a fazer o melhor para o cumprimento das suas missões.
A nave espacial foi lançada pelo foguete “Long March-2F” às 00:23 locais de sábado e acoplada ao módulo central “Tianhe” da estação espacial de “Tiangong” às 06:56.
Os três astronautas entraram no módulo central da estação espacial “Tianhe” por volta das 10:00, disse a Agência Espacial Tripulada da China.
Estes três astronautas são a segunda tripulação na estação espacial, lançada em abril passado, onde uma primeira tripulação ficou três meses.
A nova tripulação inclui os veteranos de viagens espaciais Zhai Zhigang, com 55 anos, e Wang Yaping, com 41, além de Ye Guangfu (41 anos), que está a fazer a sua primeira viagem ao espaço.
“Vamos cooperar uns com os outros, conduzir as manobras com cuidado e tentar realizar todas as tarefas com sucesso nesta ronda de exploração do universo”, disse, no vídeo, Wang, a primeira mulher chinesa na estação espacial de “Tiangong”.
A tripulação fará três caminhadas espaciais para instalar equipamento de preparação para a expansão da estação, irá avaliar as condições de vida no módulo “Tianhe” e conduzir experiências em medicina espacial, entre outras tarefas.
O programa espacial militar da China prevê enviar várias tripulações para expandir a estação nos próximos dois anos.
A estação ficará a pesar 66 toneladas depois de lhe serem adicionadas mais duas secções, denominadas “Mengtian” e “Wentian”, e será muito menor do que a Estação Espacial Internacional, que lançou o seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 450 toneladas.
Dois outros módulos chineses devem ser lançados antes do final do próximo ano, durante a permanência da tripulação Shenzhou-14, que ainda não foi nomeada.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China renovou na sexta-feira o seu compromisso de cooperação com outras nações no uso pacífico do espaço.
O porta-voz do ministério, Zhao Lijian, afirmou que a China “continuará a estender a profundidade e a amplitude da cooperação e do intercâmbio internacional” em voos espaciais tripulados e “fará contribuições positivas para a exploração dos mistérios do universo”.
A China foi excluída da Estação Espacial Internacional devido às objeções dos EUA sobre a natureza secreta e as ligações militares do programa chinês, mas o país asiático está a cooperar com especialistas espaciais de outros países, nomeadamente da França, Suécia, Rússia e Itália.
As autoridades chinesas disseram que esperam hospedar astronautas de outros países a bordo da estação espacial assim que ela se tornar totalmente funcional.
A China lançou sete missões tripuladas com um total de 14 astronautas a bordo – dois voaram duas vezes – desde 2003, quando se tornou o terceiro país, depois da ex-União Soviética e dos Estados Unidos, a colocar uma pessoa no espaço por conta própria.
A China também expandiu o seu trabalho na exploração lunar e de Marte, onde este ano conseguiu pousar a sua sonda espacial “Tianwen-1”, transportando o robot “Zhurong”, que está a explorar evidências de vida no planeta vermelho.
O país expressou ainda o desejo de levar pessoas à Lua e possivelmente construir lá uma base científica, embora nenhum cronograma para estes projetos tenha sido proposto.