A sessão para a atribuição do Prémio Mário Soares/Fundação EDP 2022 (ex aequo) às duas teses de doutoramento está marcada para as 18:00 no auditório da Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa.
Este ano foram distinguidas investigações históricas sobre “As origens institucionais da moderação da violência: regedorias e políticas de concentração em Angola (1914-1974)”, da autoria de Bernardo Cruz, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa; e “Ser historiador sob um regime autoritário em Portugal (1926-1974)”, de Christophe Araújo, da Universidade de Paris.
O júri do prémio foi composto pelos professores universitários Ana Mónica Fonseca (presidente do júri, do ISCTE), Fátima Moura Ferreira (Universidade do Minho) e Jorge Fernandes Alves (Universidade do Porto).
Este júri considerou que os dois trabalhos distinguidos apresentam “duas diferentes e inovadoras abordagens da História Contemporânea de Portugal, mas têm em comum um trabalho de investigação bastante profundo, sólido e abrangente”.
“A tese de Bernardo Pinto da Cruz aborda uma temática fundamental para a melhor compreensão da política colonial portuguesa durante grande parte do século XX, sobretudo no caso de Angola, enquadrada numa sólida dimensão teórica e metodológica. Já o trabalho de Christophe Araújo contribui também para um maior e melhor conhecimento do impacto que o regime autoritário português teve na sociedade portuguesa, no caso específico de um grupo de historiadores e pensadores portugueses”, refere-se no comunicado divulgado pela fundação.
O Prémio Mário Soares, que este ano tem a sua 24.ª edição, foi instituído em 1998, com o objetivo de galardoar autores de teses e dissertações ou de outros trabalhos de investigação originais realizados no âmbito da História Contemporânea de Portugal, tendo valor de cinco mil euros. Desde 2011, o prémio é promovido com o apoio e colaboração da Fundação EDP.
Para Isabel Soares, presidente do Conselho de Administração da Fundação, “o Prémio Mário Soares-Fundação EDP é um importante instrumento para a preservação e a divulgação da memória histórica e da herança cultural de Portugal”.
“Reflete também o compromisso da Fundação na valorização e apoio à criação de conhecimento nas Ciências Sociais, Artes e Humanidades, em particular junto dos jovens investigadores”, salienta a filha do antigo Presidente da República e primeiro líder do PS.
Já o escritor e antigo assessor de Mário Soares, José Manuel dos Santos, membro do Conselho de Administração da fundação e diretor Cultural da Fundação EDP, o prémio “mostra, mais uma vez, a vitalidade da historiografia contemporânea e constitui um reconhecido apoio e incentivo ao trabalho de novos historiadores”.