Dois cidadãos dos Emirados Árabes Unidos que treinaram com os norte-americanos também se formaram oficialmente esta terça-feira, durante uma cerimónia em Houston, Texas, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Os membros da nova ‘turma’, denominada “As moscas” [“The Flies, em inglês], poderão agora ser atribuídos a viagens à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), mas também à Lua, no âmbito das missões Artemis.
“Vocês estão aqui porque são excecionais”, sublinhou Jim Free, administrador da agência espacial norte-americana (NASA), durante a cerimónia.
“As vossas missões mudarão a nossa compreensão da Terra e do espaço”, acrescentou, agradecendo-lhes por terem concordado em “arriscar as suas vidas” sentando-se um dia no topo de um foguetão.
Os dez novos astronautas são engenheiros, cientistas, pilotos e até médicos e são oriundos quer do Exército, quer do mundo civil. Foram selecionados em 2021 entre mais de 12.000 candidatos.
Desde então, passaram por treino intensivo: simulações de caminhada espacial em fatos numa enorme piscina, a pilotar aviões supersónicos, cursos de sobrevivência no frio, aulas de russo e a aprender como funciona a ISS ou a cápsula lunar Orion.
A NASA anunciou também esta terça-feira que abriu inscrições para recrutar a sua próxima turma. Os critérios: ser norte-americano, ter mestrado em disciplina científica, tecnológica ou de engenharia e ter experiência profissional de pelo menos três anos.
O período de inscrição terminará em 2 de abril.
A agência espacial americana conta agora com 48 astronautas ativos, ou seja, elegíveis para uma missão, mas as necessidades estão a aumentar.
“Há muitas mais oportunidades hoje do que nas décadas de 60 e 70 para atividades no espaço”, lembrou, durante a cerimónia, um ilustre convidado, Harrison Schmitt, astronauta da missão Apollo 17 que caminhou na Lua.
“A Lua volta a chamar-nos, por mais razões do que no passado”, destacou, sublinhando a necessidade de estabelecer regras internacionais sobre a gestão dos recursos lunares, para evitar conflitos no futuro do planeta.
Harrison Schmitt também lembrou que os astronautas que participarem de futuras missões Artemis terão que ajudar a determinar se os humanos se podem adaptar à gravidade muito baixa a longo prazo, uma “informação importante” para futuras missões a Marte.
O programa Artemis da NASA visa estabelecer uma presença humana duradoura na Lua e torná-la uma estação intermediária no caminho para Marte.
A NASA chama aos seus novos recrutas “geração Artemis”.
Lusa