“Ocorreu um motim que fez 11 mortos (…) e 28 feridos”, disse, em declarações à agência noticiosa francesa France Presse (AFP), o diretor daquela ONG, Carlos Nieto.
Este incidente ocorreu dois dias antes das eleições presidenciais antecipadas na Venezuela, país que enfrenta uma grave crise económica e social, bem como fortes tensões políticas.
O atual Presidente, Nicolás Maduro, procura a reeleição para um novo mandato de seis anos, até 2025.
O escrutínio de domingo está a ser igualmente marcado pelo apelo ao boicote feito pela oposição venezuelana.
Desde quarta-feira à noite, membros da oposição venezuelana detidos participam num motim descrito como “pacífico” num centro de detenção dos serviços de secretos venezuelanos, localizado na capital do país, Caracas.
Este motim, realizado para exigir a libertação dos presos políticos venezuelanos, terá feito pelo menos dois feridos.
“Exigimos a libertação de todos os presos políticos. Nenhum venezuelano deve ser detido por causa das suas opiniões e ainda menos se beneficia de uma ordem de libertação” por parte da justiça, afirmaram os prisioneiros numa carta aberta publicada na Internet.
A sobrelotação das prisões é um dos muitos problemas identificados na atualidade venezuelana. Muitas vezes, a polícia vê-se obrigada a utilizar as esquadras como locais de detenção de longo prazo.
A 28 de março, 68 pessoas morreram nas respetivas celas durante um incêndio numa esquadra em Valencia (no norte da Venezuela), naquele que terá sido um dos mais graves motins na história daquele país. O incêndio foi desencadeado pelos presos.
A sobrelotação dos estabelecimentos prisionais na Venezuela chega a atingir os 400% da capacidade daquelas unidades e pelo menos 388 pessoas morreram desde 2011 em prisões venezuelanas, segundo dados oficiais e de organizações de defesa dos direitos humanos.
LUSA