Natural de Machico, na ilha da Madeira, Manuel da Gama emigrou para a Venezuela em 1953, aos 18 anos, no navio Andrea Gritti, sem conhecidos ou recursos económicos, e sem dominar o idioma.
Segundo um dos filhos, Luís Miguel da Gama, a história dos supermercados Gama está dividida em três etapas: a primeira foi a aquisição, em 1956, da mercearia Abasto la Aragueña e, depois, a abertura, em maio de 1969, do Automercado Excelsior Gama.
“Em 1989, entrámos nós, o meu irmão [Nelson da Gama] e eu, e começou o sonho de construir uma rede de supermercados”, explicou.
Os primeiros seis supermercados foram abertos no formato ‘vecindário’ (centrado em atender a vizinhança), com dimensões entre 800 e 2.000 metros quadrados, em “lugares estratégicos” e com “atenção muito personalizada”.
Em 2002, surgiu o conceito Plus, com a inauguração da maior sucursal, no leste de Caracas.
Em 2021, a Excelsior Gama assinalou o 52.º aniversário com uma mudança de imagem – um logótipo com a letra G em cor vermelha, inspirado no apelido dos seus fundadores – e passando a chamar-se apenas Gama.
Segundo Miguel da Gama, a rede de supermercados tem um centro de distribuição próprio, 25 sucursais, 31 geradoras elétricas e um sistema de água próprio, além de um portal de vendas.
A cadeia é tida como referência em campanhas de promoção e preservação ambiental, poupança energética e reciclagem, conhecidas como EcoCausa.
Numa das suas mais recentes campanhas, apela aos venezuelanos para que eliminem o uso de bolsas plásticas, por ser “a espécie mais perigosa de contaminação no oceano”.
A rede Gama faz também campanhas de angariação de fundos para ajudar crianças com cancro e impulsiona o voluntariado com fins de desenvolvimento social em comunidades necessitadas. Ajuda ainda a Fundahígado, que atende pacientes pediátricos e adultos com doenças hepáticas, na Venezuela.
Lusa