O antigo governador morreu no hospital de São José, para onde foi transportado após uma queda.
Licenciado em Engenharia, foi governador de Macau de 1987 a 1991 e ministro com as pastas da Indústria e Tecnologia, do Mar e Equipamento Social em vários governos socialistas.
Em 1991, demitiu-se na sequência do designado Caso do Fax de Macau, que envolvia financiamentos partidários ao PS, um processo de que foi ilibado em 2002.
Na sua última entrevista, feita à Agência Lusa em 2019, Carlos Melancia recordou a sua gestão do território que já tinha data de entrega para a China acertada entre os dois países.
A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau foi assinada a 13 de abril de 1987, há 35 anos, e Carlos Melancia tomou posse como governador do território em julho desse ano, já para fazer cumprir o projeto de transferência da administração do enclave, que se concretizou em 1999
Segundo o antigo governador, o que pretendia tanto a China como Portugal era que o território tivesse e caminhasse para a autonomia financeira, tendo sido feitos 300 milhões de euros de investimentos.
Exemplos dessa aposta na autonomia foi a construção do aeroporto para combater o estrangulamento dos transportes e a conclusão dos hospitais Chinês e de São Januário.
"Eu negociei isto tudo, mas quem acabou por os concluir [os projetos] foi o Rocha Vieira", disse então Melancia, referindo-se ao governador que o substituiu no cargo e que geriu o território até à transição da administração.
Lusa