Em comunicado, a EMA informa que o seu comité de medicamentos humanos “recomendou o alargamento da indicação da vacina contra a varíola Imvanex para incluir a proteção dos adultos contra a doença da varíola macaco”.
Esta vacina foi aprovada na UE em 2013 para a prevenção da varíola, contendo uma forma atenuada de um vírus semelhante.
A conclusão da EMA é que esta foi agora “considerada uma vacina potencial para a varíola macaco devido à semelhança entre o vírus Monkeypox e o vírus da varíola”, indica o regulador da UE na nota à imprensa.
A recomendação é baseada em vários estudos com animais que mostraram proteção contra o vírus da varíola em primatas não humanos, tendo o comité de medicamentos humanos da EMA verificado que a “eficácia da Imvanex na prevenção da doença da Monkeypox em humanos poderia ser inferida a partir destes estudos”.
“Para confirmar a eficácia da vacina contra a varíola do macaco, a empresa recolherá dados de um estudo observacional que será realizado durante o surto de Monkeypox em curso na Europa”, assinala o regulador europeu.
Para já, a EMA ressalva que “o perfil de segurança do medicamento é favorável, com efeitos secundários leves a moderados”, pelo que “os benefícios do medicamento são maiores do que os riscos”.
Portugal totaliza 588 casos confirmados de infeção pelo vírus Monkeypox, 73 dos quais notificados na última semana, indicou na quinta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS), avançando que já se iniciou a vacinação dos contactos próximos.
De acordo com o relatório semanal da DGS, todas as regiões de Portugal continental e a Madeira reportaram casos de infeção humana pelo vírus VMPX, mas a grande maioria do total de casos (80,3%) foi confirmada em Lisboa e Vale do Tejo.
O Norte é a segunda região do país com mais casos reportados de Monkeypox (55), seguindo-se o Centro (oito), o Alentejo (cinco), o Algarve (quatro) e a Madeira (três), refere a informação semanal da autoridade de Saúde.
A presença do vírus VMPX foi detetada em Portugal em 03 de maio, com a confirmação laboratorial de cinco casos de infeção, e, desde então e até à última quarta-feira, foram identificados 588 casos.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, manifestou-se preocupado com o número crescente de infeções, adiantando que já foram reportados à organização mais de 14 mil casos de 71 países das seis regiões da OMS.
Segundo a DGS, uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
Os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
Lusa