“O Grupo de Trabalho para a análise técnica sobre a localização do futuro Hospital do Oeste está em pleno funcionamento, mantendo-se o prazo de 31 de março para a apresentação dos trabalhos”, esclareceu o Ministério da Saúde à agência Lusa, após o presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Vitor Marques, ter anunciado que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, teria decidido prolongar o prazo.
Em declarações à agência Lusa no domingo, Vitor Marques (independente) afirmou ter sido informado, numa reunião com o ministro da Saúde, da “decisão de alongar o prazo” para anunciar a localização do futuro Hospital do Oeste, que está a ser estudada por um grupo de trabalho nomeado pelo Governo.
O parecer final estava previsto para o fim de março, mas, referiu Vítor Marques, os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos (presidido por Filipe Daniel, do PSD) conseguiram “mostrar que há muitos mais critérios a pôr na equação da localização do que aqueles que estão inscritos no estudo”, encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste e que fundamentará a decisão sobre a localização e perfil assistencial do futuro hospital.
Questionado pela Lusa, o Ministério da Saúde esclareceu que “o trabalho em causa envolve a consideração e avaliação de todos os contributos que sejam recebidos", admitindo que “se for necessário, face à complexidade do tema e a decisão estrutural em causa, equacionar-se-á em momento oportuno um eventual prolongamento do prazo por um período nunca superior a 30 dias”.
Ainda que o Ministério não dê como certo o prolongamento do prazo, como anunciado por Vitor Marques, o autarca considerou hoje tratar-se “apenas de duas formas diferentes de dizer a mesma coisa” , garantindo ainda que “até ao início de março será entregue ao Ministério um dossiê mais completo”, com “critérios técnicos que devem ser tidos em conta” e que cuja apreciação poderá ditar o alargamento do prazo para a decisão final.
O dossiê está a ser elaborado por um conjunto de técnicos e por elementos da Universidade de Aveiro, do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa e do CEDRU – Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano.
O estudo encomendado pela Comunidade Intermunicipal do Oeste aponta o Bombarral, no distrito de Leiria, como a localização ideal para o hospital que deverá servir todos os concelhos do Oeste, mas as conclusões são contestadas pelos municípios das Caldas da Rainha, de Óbidos e de Rio Maior, que defendem a construção do equipamento na confluência destes concelhos.
No início de janeiro, a estes dois municípios juntou-se o de Rio Maior (distrito de Santarém), alegando que parte da sua população é servida na unidade das Caldas da Rainha.
Em alternativa ao Bombarral, os três municípios defendem que o novo hospital seja construído num terreno na confluência de Óbidos e Caldas da Rainha, com um área total de 196 mil metros quadrados e uma área bruta de construção de 75 mil metros quadrados, que permitirá servir uma população de perto de 360 mil pessoas dos concelhos de Torres Vedras, Alcobaça, Caldas da Rainha, Alenquer, Peniche, Lourinhã, Rio Maior, Nazaré, Bombarral, Cadaval e Óbidos.
Acessível através das Autoestradas 8 (que liga a Lisboa) e 15 (que liga a Santarém), ao Itinerário Principal 6 (que liga a Peniche) e com ligações a estações rodoviárias e ferroviárias o local, permitirá ainda a construção de 1.700 lugares de estacionamento.
O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
Lusa