“Portugal ajustará, de forma coordenada com os aliados, o dimensionamento da sua participação, tendo decidido manter a presença da Força de Reação Rápida nacional na proteção do Aeroporto Internacional em Cabul até final de maio, e continuar a contribuir com elementos de Estado-Maior nas estruturas de comando da missão até final da missão “Resolute Support” (Apoio Enérgico), continuando igualmente a contribuir anualmente para o fundo de apoio ao exército nacional afegão até 2024”, lê-se no texto.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na quarta-feira que as tropas dos Estados Unidos vão sair do Afeganistão até 11 de setembro, 20 anos depois dos ataques terroristas às torres gémeas de Nova Iorque, entre outros alvos, que motivaram a intervenção inicial.
Os ministros Augusto Santos Silva e João Gomes Cravinho participaram igualmente na quarta-feira numa reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte (NATO) na qual foi decidida a retirada das forças da missão “Resolute Support” no Afeganistão, a partir de 01 de maio.
“Portugal mantém o seu compromisso com os esforços da comunidade internacional no combate ao terrorismo em todas as suas formas e manifestações, de que são exemplos os contributos nacionais do Médio Oriente ao Sahel, do Corno de África a Moçambique”, garantem MNE e MDN.
Ainda segundo o comunicado conjunto, “Portugal participa desde 2002 no esforço da Aliança no Afeganistão, por onde passaram mais de 4.500 militares nacionais” e, “com esta retirada, conclui-se um importante e prolongado contributo português na luta contra o terrorismo”.
A NATO envolveu-se no Afeganistão em 2001, após os Aliados terem invocado, a 12 de setembro e pela primeira vez na história da Aliança, o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – o princípio de defesa coletiva, que determina que um ataque contra um ou mais dos membros da NATO é considerado um ataque contra todos.
Atualmente, encontram-se cerca de 9.600 soldados dos Aliados no Afeganistão, no âmbito da missão “Resolute Support” – que substituiu, em 2015, a ISAF – e em que Portugal participa através do destacamento de 175 militares.
Desde o início da guerra no Afeganistão, estima-se que morreram cerca de 3.500 militares da NATO, dos quais 2.400 eram norte-americanos.