Os protestos, segundo o presidente da Federação Médica da Venezuela (FMV), Douglas León Natera, começaram já há 18 dias em Caracas e foram-se expandindo pelo país.
Desde então, têm-se registado manifestações, caravanas, concentrações de protestos e paralisação parcial das atividades dos centros de saúde, com os profissionais a exigirem ter um salário equivalente ao dos militares, setor que, segundo a imprensa local, são dos mais bem pagos e recebem frequentes aumentos.
Os profissionais queixam-se de que os baixos salários os impedem de enfrentar a inflação diária de 2,8% e comprar os produtos do cabaz básico alimentar.
Um médico explicou hoje à agência Lusa que a crise está a afetar também o setor privado, onde as consultas especializadas custam pouco mais de um euro, à taxa de câmbio oficial, pouco menos que o salário mínimo integral (com todos os subsídios incluídos).
Os profissionais queixam-se de que cobram um valor "quase simbólico" pelas consultas e serviços, porque "as pessoas não têm dinheiro", num país onde medicamentos para a diabetes, por exemplo, custam mais de um salário mensal.
Por outro lado, os enfermeiros e pacientes dos hospitais venezuelanos queixam-se da falta de produtos básicos essenciais naqueles organismos.
Os familiares têm, por exemplo, de reunir dinheiro até para comprar o algodão e as gazes.
LUSA