O Governo autorizou a venda de testes rápidos de antigénio em farmácias e locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, permitindo à população fazer o autoteste à Covid-19, segundo um despacho assinado pela ministra da Saúde, Marta Temido, publicado hoje em Diário da República.
Contactado pela agência Lusa, Ricardo Mexia considerou “útil e interessante” esta possibilidade de o cidadão fazer o autoteste, mas sublinhou que estes testes não substituem os outros, nomeadamente o PCR, em que a colheita é feita com uma zaragatoa da nasofaringe e o teste é realizado por métodos de deteção molecular
Relativamente à fiabilidade destes testes rápidos de antigénio, que são realizados com amostras da área nasal anterior interna, o médico de saúde pública afirmou que genericamente devem ter “uma fiabilidade importante”.
“Imagino que vá haver diversas opções no mercado e que possam ter diferentes sensibilidades, mas genericamente eu penso que estes testes têm uma fiabilidade importante porque de outra forma também não acederiam ao mercado e podem ser um complemento”, sublinhou.
Ricardo Mexia explicou que que cada teste tem a sua aplicação: “Os testes de PCR têm a sua aplicação, os testes de antigénio têm a sua aplicação e estes também têm seguramente um papel a desempenhar e que nos pode ajudar a massificar o acesso aos testes para situações mais concretas”.
“É evidente que a ideia não é que estes testes passem a substituir os outros. É, como digo, complementar àquilo que é a resposta em termos de testagem que contempla as diversas opções”, sustentou.
Ressalvando que ainda não leu as especificações dos testes, o especialista afirmou que os resultados são “mais fiáveis” quando são feitos em pessoas com sintomas.
“Têm tipicamente maior capacidade de deteção [nestes casos], mas dependerá das indicações do teste, mas tendencialmente são melhores para pessoas sintomáticas do que para pessoas sem sintomas”, justificou.
Sobre o que fazer caso o teste dê positivo, defendeu que a pessoa deve ficar em isolamento e contactar as autoridades de saúde para que os restantes procedimentos possam decorrer.
C/Lusa