António Ramalho Eanes esteve, em 1978, na Guiné-Bissau, para uma Cimeira Luso-Angolana, e voltou em 1979, em visita de Estado, e em 1982, em visita oficial. Soares, depois da visita de 1989, regressou a Bissau para a posse de ‘Nino’ Vieira como Presidente guineense eleito nas primeiras eleições multipartidárias, em 1994.
Jorge Sampaio não fez nenhuma deslocação como chefe de Estado a este país lusófono, enquanto Aníbal Cavaco Silva esteve em Bissau para participar numa cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2006.
A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada, de imediato reconhecida pelas Nações Unidas (6 de outubro de 1973) e, por Portugal, um ano mais tarde, a seguir ao 25 de Abril, em 10 de setembro de 1974.
O general Ramalho Eanes, primeiro Presidente da República eleito por sufrágio universal após o 25 de Abril de 1974, tomou posse em julho de 1976, no rescaldo da guerra colonial e do processo de descolonização. Deslocou-se à Guiné-Bissau em junho de 1978, para uma Cimeira Luso-Angolana e, em fevereiro de 1979, voltou, em visita de Estado.
"Volto a pisar o chão de Bissau num ato histórico que transcende a minha pessoa. A visita que hoje início consagra o entendimento fraterno e exemplar de dois Estados soberanos que mutuamente se respeitam. Mas confirma sobretudo o reencontro de dois povos cuja amizade e compreensão a degenerescência colonial foi incapaz de destruir", afirmou à chegada.
Eanes, que como militar tinha prestado serviço na Guiné-Bissau, entre 1966 e 1971, onde estabeleceu relações com Spínola e Otelo, apontou como principal objetivo desta sua visita "o de sublinhar o caráter exemplar das relações entre dois países que sofreram juntamente, embora de modos diferentes, os efeitos da degenerescência colonial".
"O rápido estabelecimento de laços de estreita amizade entre a Guiné-Bissau e Portugal só pode ter surpreendido os que persistiam em ignorar que a cooperação fraterna – e não a guerra que, como já disse, foi um acidente histórico – é que verdadeiramente exprime os sentimentos de um povo em relação ao outro", considerou, já no final da visita, a convite do primeiro Presidente da Guiné-Bissau independente, Luís Cabral, que Eanes já tinha recebido em Lisboa, em janeiro de 1978.
Ramalho Eanes visitaria ainda a Guiné-Bissau em dezembro de 1982 e, em junho de 1984, recebeu em Lisboa o Presidente guineense João Bernardo ‘Nino’ Vieira, que esteve no poder em regime de partido único até 1994.
Mário Soares, Presidente da República entre 1986 e 1996, fez uma visita oficial à Guiné-Bissau em novembro de 1989.
C/Lusa