"Vamos continuar a agir em liberdade, porque não queremos ditaduras em Portugal", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia comemorativa do 110.º aniversário da Implantação da República.
O chefe de Estado, que falava no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Lisboa, acrescentou: "E sabemos que ditaduras por esse mundo fora não resolveram esta crise, e porventura nem sequer a assumiram a tempo e com transparência".
Sem apontar nenhum caso em concreto, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que Portugal deve "continuar a agir em liberdade" e "sempre em conformidade com a ética republicana, que repudia compadrios, clientelas, corrupções".
Num discurso em que apelou à "unidade no essencial", o Presidente da República disse também que Portugal tem de continuar a "sobrepor o interesse coletivo aos meros interesses pessoais, a solidariedade ao egoísmo, a convergência que faz a força – convergência em liberdade não unicidade imposta – ao salve-se quem puder, o bom senso comunitário ao aventureirismo individualista".
No atual contexto de crise provocada pela pandemia de Covid-19, há que "continuar a resistir o medo que trava a ação, ao facilitismo que agrava a situação, à tentação de encontrar bodes expiatórios numa luta que é de todos e não é só de alguns", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa encerrou a sua intervenção declarando que "o 05 de Outubro veio também ele lembrar que é a soberania popular a fonte da legitimidade dos que mandam, e que não há egoísmos particulares que construam uma República, que cimentem uma democracia, que deem força a uma liberdade, que façam viver uma pátria".
"Viva a República, viva a democracia, viva a liberdade, viva Portugal", exclamou, em seguida.
Esta cerimónia, que devido à pandemia de Covid-19 se realizou com um formato restrito, contou com as presenças, entre outros, do Primeiro-Ministro, António Costa, e do Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.