Um projeto liderado pelo Instituto de Tecnologias Interativas da Madeira (MITI) ganhou o prémio Internacional de Inovação Cultural, pelo Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona, por apresentar uma bateria gravitacional que gera e armazena energia renovável.
Esta "Máquina de Newton", como lhe chamaram os autores, James Auger e Julian Hanna, do MITI, e Laura Watts da Universidade de Copenhaga, faz uso da força gravitacional para gerar energia.
Neste concurso internacional procuravam-se ideias que pudessem combater as alterações climáticas e, neste caso, através da preservação de energia sem recurso a baterias químicas, e desenvolveu um protótipo de uma bateria que usa a gravidade.
"Se tivermos um painel solar durante o dia a gerar energia – mas como as pessoas não estão em casa, essa energia é perdida -, o que este protótipo faz é levantar um peso, durante o dia, com a energia que existe em excesso e, à noite, esse peso desce lentamente e, ao fazê-lo, produz energia elétrica que pode ser utilizada na casa das pessoas", explicou o presidente do MITI, Nuno Nunes.
Este trabalho foi inspirado na orografia da ilha da Madeira, que consegue ter alturas de simples oito metros até aos quase 800 do Cabo Girão, na costa sul da ilha.
De acordo com a decisão do júri que premiou o projeto, com um prémio monetário de 20 mil euros, "a ‘Máquina de Newton’ é honesta, na medida em que aceita que não existe uma solução universal para um assunto tão multifacetado como as alterações climáticas, convidando as pessoas a perceber desafios de contextos particulares e a encontrar soluções inventivas."
LUSA