A entidade adiantou, em comunicado, que desmarcava a ação de protesto prevista para a cidade “aquando da reunião europeia das regiões periféricas, por anulação da presença do Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa.
“A ALBOA aguarda nova deslocação do senhor Presidente da República à Madeira ou aos Açores – onde se situa grande parte dos lesados do Banif – para ter oportunidade de sensibilizar o mais alto magistrado da Nação para um problema que se arrasta vai para três anos e cuja aguardada solução, além de justíssima, assume contornos humanitários”, esclareceu a associação.
A ALBOA tinha avançado hoje que iria esperar Marcelo Rebelo de Sousa com uma manifestação junto ao Centro de Congressos da Madeira, onde ia participar na abertura da Conferência das Regiões Periféricas.
A ação visa alertar para as grandes responsabilidades do Estado português no drama dos lesados e também a displicência da Comissão Europeia", indicou a ALBOA, sublinhando que o protesto era "potenciado" pela presença de Marcelo Rebelo de Sousa e dos representantes dos países europeus, nomeadamente do comissário português Carlos Moedas.
A ALBOA revelou, por outro lado, que vai intentar uma ação contra a Comissão Europeia, por procedimentos prejudiciais aquando da resolução do banco.
Entre os lesados estão cerca de 3.500 obrigacionistas, grande parte das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, mas também das comunidades portuguesas na África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, num total de perdas de 263 milhões de euros.
Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas da Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.
Parte da atividade do Banif foi adquirida pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.
"A ação judicial contra a Comissão Europeia, já em fase final e que dará formalmente entrada nos primeiros dias de novembro no Tribunal Europeu, acusa o Estado português de inércia ao não impor a sua soberania", indicou a ALBOA, realçando que "existe uma responsabilidade, não só de âmbito nacional, como igualmente de âmbito europeu".
LUSA