O canal indicou que, segundo essa fonte, essas pessoas dadas como desaparecidas não foram ainda localizadas mais de 10 horas depois do desabamento do edifício Champlain Towers, situado em Surfside, a norte de Miami Beach.
“O edifício está literalmente destruído. É de partir o coração porque para mim não significa que teremos tanto sucesso como queríamos em encontrar pessoas vivas”, afirmou o ‘mayor’ [presidente da Câmara Municipal] de Surfside, Charles Burkett, indicando que o gerente do prédio lhe disse que a torre estava cheia à hora do colapso, pelas 01:30 locais (06:30 em Lisboa).
Até agora, foi apenas confirmada oficialmente a morte de uma pessoa, retirada dos escombros.
Segundo fontes oficiais, 10 pessoas receberam tratamento médico no local, duas foram transportadas para hospitais – uma das quais morreu, segundo Burkett – e 35 foram resgatadas nas varandas do prédio.
Cerca de metade das 130 unidades do prédio foram afetadas, de acordo com a conferência de imprensa da ‘mayor’ do condado de Miami-Dade, Daniella Levina Cava.
As equipas de resgate retiraram pelo menos 35 pessoas dos destroços a meio da manhã, e equipamento pesado estava a ser transportado para o local para ajudar a estabilizar a estrutura e melhorar os acessos, explicou Raide Jadallah, do departamento de Incêndios e Resgates.
Fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Argentina confirmaram à agência espanhola Efe em Buenos Aires que quatro argentinos estão desaparecidos, de acordo com informação de pessoas que sabiam que eles estavam naquele prédio e não os conseguiram contactar.
Em apenas alguns segundos, 55 unidades do edifício, localizado na cidade predominantemente judaica de Surfside, ruíram como “panquecas”, segundo as palavras de Burkett, sem que até ao momento se tenham determinado as causas.
Os esforços de resgate são liderados pelos bombeiros do condado de Miami-Dade e estão a ser prejudicados pela chuva, enquanto o grande medo é a possibilidade de o prédio desabar totalmente durante a execução dessas tarefas.
Nas primeiras horas da manhã, canais de televisão locais mostraram imagens de bombeiros a retiraram um menor dos escombros, aparentemente ileso.
As fotografias mostram a destruição de quase metade do prédio localizado à beira-mar e varandas quase cortadas a meio, com uma grande pilha de destroços, cimento e ferro.
O teto do prédio estava a ser alvo de obras, mas ainda é desconhecido se isso estará ligado à causa do acidente.
Barry Cohen, de 63 anos, disse que ele e a mulher estavam a dormir no prédio quando ouviu pela primeira vez o que pensou ser um trovão, tendo-se dirigido à varanda e, em seguida, abriu a porta do corredor do prédio para encontrar “uma pilha de entulho, poeira e fumo ondulando” em seu redor.
Após terem chegado à cave e encontrado água a subir, regressaram ao andar de cima, gritaram por socorro e foram levados em segurança pelos bombeiros através de uma grua.
Cohen disse ter levantado preocupações às autoridades há vários anos sobre se as construções que estavam a ser feitas à volta do prédio poderiam causar danos ao mesmo, depois de ter visto o pavimento da piscina rachado.