O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) advertiu hoje que os números podem ser bastante superiores, já que todos os dias se verificam mortes de civis.
O ministro da Defesa da Ucrânia também divulgou hoje novas estimativas, em que indica mais de 400 mortes, incluindo 38 crianças, resultantes dos ataques das forças russas, e pelo menos 800 feridos, incluindo 70 crianças.
O relatório elaborado diariamente pela OCHA Ucrânia em colaboração com parceiros humanitários detalha que 528 vítimas civis foram registadas em Donetsk e Lugansk (70 mortos e 324 feridos em áreas controladas pelo Governo e 23 mortos e 111 feridos em áreas não controladas pelo executivo) e 679 vítimas noutras regiões da Ucrânia.
A agência da ONU alerta que “os movimentos populacionais continuam internamente e além-fronteiras” e o afluxo maciço de pessoas que se dirigem para o oeste do país “irá provavelmente sobrecarregar as capacidades de resposta e afetando desproporcionadamente os grupos mais vulneráveis”.
Com cada vez mais zonas geográficas atingidas pelos combates, a OCHA prevê “cada vez mais baixas civis e necessidades humanitárias” e também o receio de que as pessoas tenham que se deslocar, fugindo mais do que uma vez.
“No domingo, 06 de março, vários ataques de mísseis alegadamente destruíram o Aeroporto Internacional de Vinnytsia, na província central com o mesmo nome, para onde um número crescente de pessoas deslocadas pelo conflito fugiram em busca de segurança”, relatou a organização como exemplo.
O Ministério da Energia ucraniano informou também hoje que cerca de 650.000 pessoas ficaram sem eletricidade e pelo menos 130.000 permanecem sem abastecimento de gás natural devido às hostilidades.
“A rápida deterioração da situação de segurança impede as equipas de reparação de restaurar o abastecimento de serviços críticos, incluindo eletricidade, gás e água”, refere o ministério.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
O ataque ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, visa a “desmilitarização e a desnazificação” da Ucrânia, o que significa o derrube do regime pró-ocidental de Kiev.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.