Segundo o observatório, das 23.047 mortes violentas, 10.422 foram por homicídio, 7.523 por resistência às autoridades e 5.102 estão em processo de investigação.
Na apresentação do relatório, na quinta-feira, o diretor do OVV, uma ONG, Roberto Briceño León, denunciou que "são cada vez mais obscuros os mecanismos de contagem e classificação das vítimas e do registo de mortes violentas em geral".
"Depois de quinze anos de censura oficial há indícios de que os dados são cada vez menos transparentes", disse.
Segundo o OVV, 94% das vítimas são do sexo masculino e 6% do feminino, 83% das mortes violentas ocorreram na rua e 12% na casa das vítimas e em 84% foi usada uma arma de fogo.
Os dados daquela ONG apontam que 79% das vítimas tinham entre 15 e 34 anos de idade e que "em 63% dos casos o vitimário (homicida) é desconhecido" e em 26% dos casos pertence a um organismo de segurança.
O relatório indica ainda que 47% dos homicídios ocorreram em dias úteis e 28% durante o dia.
Segundo Roberto Briceño León "os resultados mostram uma diminuição no número de homicídios cometidos por criminosos e um notável aumento das vítimas de forças policiais".
Nos cinco estados com maior número de mortes violentas por cada 100 mil habitantes, aparece em primeiro lugar Aragua (168), seguido por Miranda (124), Bolívar (107), o Distrito Capital (100) e Sucre (97).
A localidade de Santos Michelena, no estado de Aragua, registou "445 mortos por cada 100 mil habitantes", com o OVV a destacar que o município é "controlado por grupos criminosos que perseguem e extorquem a pouca atividade industrial e o comércio local que permanecem".
"Há (ainda) mais três estados cujas taxas são superiores à taxa nacional: Monagas com 86 por cada 100 mil habitantes, Guárico e Carabobo cada um com 85 por cada 100 mil habitantes", explica a ONG.
Segundo o OVV, o estado com menor taxa de mortes violentas é Mérida com 24 mortos por cada 100 mil habitantes.
LUSA