O acordo com a indústria alimentar e distribuição, que vai ser hoje assinado pela Direção-Geral da Saúde e, segundo o jornal Público, abrange mais de 2.000 produtos, prevê uma redução de 10% no teor de açúcar dos cereais de pequeno almoço, iogurtes, leites fermentados, leite com chocolate e refrigerantes e uma redução de 7% para os néctares de fruta.
“Pretende-se que as pessoas tenham acesso a alimentos saudáveis de uma forma mais facilitada”, disse à Lusa a secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, explicando que os alimentos a reformular foram selecionados através dos inquéritos alimentares nacionais e com a Comissão Europeia.
A governante explicou também que foram identificados "não só os alimentos que mais contribuem para a ingestão de açúcar, sal e ácidos gordos, mas também os que eram maioritariamente consumidos pelos grupos mais vulneráveis como crianças e adolescentes”.
Raquel Duarte disse que a redução no teor de sal, que abrange batatas fritas e outros ‘snacks’, pão, cereais de pequeno almoço, sopas prontas, refeições prontas e pizzas, atinge os 10%, mas há valores específicos: “No sal pretende-se atingir um grama de sal por 100 gramas de pão e nos cereais de pequeno almoço os 10% de redução”.
A redução dos teores de ácidos gordos trans abrange as gorduras industriais utilizadas para o fabrico de produtos alimentares.
Raquel Duarte sublinhou a importância do acordo a assinar hoje, que apelida de “inédito”, não só pela sua dimensão como pela avaliação que irá ser feita.
“O acordo é inédito, pelo modelo de avaliação: o que se pretende é que esta reformulação dos alimentos alimentares seja avaliada e monitorizada de forma independente e externa [Nielsen, Instituto Ricardo Jorge e DGS), pelo número de categorias de produtos alimentares abrangidos e pelas associações do setor envolvidas”, considerou a secretária de Estado da Saúde.
O acordo inclui a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição e associações nacionais da indústria de laticínios, de comerciantes de produtos alimentares, a associação portuguesa de produtores de cereais, de óleos alimentares, margarinas e derivados, entre outras.
De fora dos alimentos a reformular ficaram, por exemplo, as bolachas, biscoitos e produtos de charcutaria, uma situação que a governante explica com as dificuldades técnicas para estas alterações, sobretudo por causa da conservação e manutenção dos alimentos.
“Alguns tipos de alimentos, sobretudo na charcutaria, levantavam problemas técnicos de produção e manutenção e o que se previu foi que continuamos a trabalhar com a indústria e a própria indústria está a encontrar alternativas para ter alimentos com bom sabor e apelativos”, afirmou.
A modificação dos teores de sal, açúcar e gorduras trans dos produtos alimentares é uma medida da estratégia Integrada para a promoção da Alimentação Saudável.
C/ LUSA