O número consta do relatório "Fronteira Sul", realizado anualmente pela organização desde o final da década de 1980, que acrescenta que deste total de vítimas apenas 637 corpos foram resgatados.
A maioria das mortes ocorreu nas Ilhas Canárias (1.239), arquipélago espanhol situado ao largo da costa noroeste africana que integra a rota da África Ocidental, conhecida por ser extremamente perigosa e que nos últimos tempos tem atraído cada vez mais migrantes que desejam chegar ao território europeu.
As restantes mortes foram registadas na zona do Levante Espanhol (231), no mar de Alborão (202) e no Estreito de Gibraltar (45).
Em declarações à comunicação social, o coordenador da APDHA, Diego Boza, explicou que a crise pandémica veio multiplicar os desejos das pessoas de migrar devido à perda de rendimentos básicos, e, por sua vez, a pandemia do novo coronavírus serviu de “desculpa” para “agravar a violação dos direitos humanos”.
O relatório da APDHA cruza dados oficiais e informações recolhidas pela organização no terreno, nos locais de origem e de destino dos migrantes.
“O aumento da chegada de embarcações às nossas costas ao longo de 2020 põe de novo em causa as políticas de migração fundamentadas na repressão e na violação dos direitos humanos", referiu o documento.
Segundo os dados disponibilizados pelo Ministério do Interior espanhol, 41.861 pessoas conseguiram atravessar em 2020 a fronteira sul de Espanha, o que representa um aumento de 29% em comparação com o ano anterior.
C/Lusa