Depois de uma parada em Caracas, de juramento dos Comandos Bolivarianos Integrados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder, Nicolás Maduro anunciou a nomeação de um novo gabinete político, com 12 líderes do chavismo, a corrente política do Presidente venezuelano, inspirada pelas ideias do antecessor, Hugo Chávez.
Maduro afirmou ainda que o poder da Venezuela assenta “no seu povo, na sua consciência, nas suas instituições e armas”, numa altura de tensão nas relações com os Estados Unidos.
“O poder nacional da Venezuela do século XXI baseia-se no imenso poder do seu povo, na sua consciência, nas suas instituições, nas suas armas e na decisão de construir esta pátria acima de qualquer dificuldade”, disse.
Os Comandos Bolivarianos Integrados serão responsáveis pela revisão dos planos de segurança das comunidades venezuelanas e pelo apoio às áreas de educação pública, saúde e obras públicas.
Os venezuelanos marcharam hoje, em Caracas, contra o “imperialismo norte-americano” e em defesa do seu país e dos Comandos Bolivarianos Integrados.
Vestidos maioritariamente de vermelho, a cor da revolução, com bonés na cabeça e cartazes com a foto do Presidente Nicolás Maduro, os venezuelanos concentraram-se na Avenida México de Caracas, a alguns quilómetros do centro, caminhando depois em direção mais ao centro da cidade, até ao palácio presidencial de Miraflores.
Durante a manifestação foram gritadas palavras de ordem contra o “imperialismo norte-americano” e reafirmado o compromisso dos manifestantes em fortalecer a organização territorial do PSUV, que se reorganiza com novos Comandos Bolivarianos Integrados.
O Partido Socialista Unido da Venezuela tem 241.000 Comités Bolivarianos Integrados constituídos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no sábado que o espaço aéreo da Venezuela deve ser considerado “totalmente fechado”.
“Todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de droga e traficantes de seres humanos, considerem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela como totalmente fechado”, escreveu o líder norte-americano na sua rede social, a Truth Social.
Esta declaração de Trump surge numa altura em que os Estados Unidos intensificam a pressão sobre a Venezuela com um grande destacamento militar nas Caraíbas, incluindo o maior porta-aviões do mundo, e admitem ataques terrestres no território venezuelano na luta contra os cartéis de droga.
A Venezuela condenou a mensagem do Presidente dos Estados Unidos classificando-a como uma “ameaça colonialista”.
Sob o pretexto de combater o narcotráfico, os Estados Unidos mantêm desde setembro um destacamento naval e aéreo em águas das Caraíbas próximas da Venezuela.
Trump vai reunir-se nas próximas horas com o conselho de segurança nacional para discutir a relação com a Venezuela, avançou na segunda-feira a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt.
Lusa