“A Madeira poderá vir a comercializar a gamba da Madeira, a partir de 2021”, lê-se numa nota divulgada pelo executivo insular.
Esta perspetiva tem por base um estudo realizado no âmbito do projeto MARISCOMAC, que foi desenvolvido por investigadores e especialistas da Madeira, Canárias e Cabo Verde, o qual “indica para a possibilidade de capturas anuais sustentáveis, na ordem das 10 a 15 toneladas”, adianta.
Este estudo foi coordenado pela Secretaria Regional de Mar e Pescas do Governo da Madeira, através da Direção Regional do Mar, e teve um cofinanciamento de cerca de 466 mil euros da União Europeia.
O objetivo foi “desenvolver condições técnicas e bases científicas para a exploração sustentável de mariscos e peixes (recursos pesqueiros) nas águas, quer costeiras quer profundas, da Madeira, Canárias e Cabo Verde e sua comercialização”, realça.
O secretário com a tutela, o centrista Teófilo Cunha, destaca no documento a “importância da ciência e da investigação servirem de suporte para a tomada de decisões políticas”.
“Durante quase cinco anos, os especialistas e cientistas estudaram os recursos marinhos destes três territórios, agora estamos em condições de saber quais as espécies com valor comercial e quantidades que permitam utilizar esses novos recursos de forma responsável e sustentável”, declara.
O governante insular enfatiza que “uma dessas espécies é a gamba da Madeira, que os entendidos consideram ‘um produto de excelência’”.
Os estudos também indicam ser “na costa sul da Madeira que se concentram os maiores ‘stocks’”, perspetivando os especialistas que “a sua exploração e comercialização de forma sustentável pode atingir entre 10 a 15 tonelada/ano, num valor comercial próximo dos 100 mil euros”.
“Estamos a falar de uma mais-valia para os pescadores, mas em complemento da atividade porque 10 a 15 toneladas anuais não permite viver exclusivamente da gamba”, vincou Teófilo Cunha.
O responsável insular sublinhou que este produto pode “enriquecer a gastronomia da Madeira e contribuir para melhorar o rendimento dos pescadores” do arquipélago.
Para o efeito, está em fase de preparação a legislação adequada pelos serviços desta Secretaria Regional, disse.
O projeto MARISCOMAC termina em junho de 2021 e o secretário madeirense espera, “até lá, ter pronta a portaria que irá estabelecer as normas legais”.
O estudo realizado também avaliou ‘stocks’ de lapas e caramujo, mencionou.
C/Lusa