O presidente do Governo da Madeira está a preparar uma proposta para enviar esta semana ao chefe de Estado e ao primeiro-ministro sobre a situação dos lesados do Banif, foi hoje anunciado.
Esta iniciativa do governante madeirense foi avançada pelo presidente da Associação de Lesados do Banif (ALBOA), Jacinto Silva, após uma reunião que manteve, no Funchal, com Miguel Albuquerque.
Jacinto Silva adiantou que o encontro aconteceu "por solicitação" do presidente do Governo da Madeira e que serviu para "tentar desenhar uma proposta que irá apresentar junto das entidades competentes nacionais, no sentido de vir a ter, brevemente, algum desenvolvimento da situação".
"Tanto quanto ficou combinado, o presidente do Governo Regional da Madeira esta semana irá enviar para o Governo e outras entidades uma carta com uma hipótese de uma solução que venha a satisfazer e a resolver em parte os problemas dos associados", afirmou.
Jacinto Silva escusou-se a avançar pormenores da proposta antes de ser oficialmente apresentada, sublinhando que "passa sempre por um processo negocial" e uma solução para o problema "depende da negociação e da vontade das partes".
Segundo o presidente da ALBOA, esta iniciativa de Miguel Albuquerque "é um passo importante", considerando ser sendo necessária "a ajuda" de todas as entidades e recordou que "um terço dos lesados está na Madeira, o que tem um impacto muito forte na situação económica e social da região".
"Até agora, do Santander, o que houve foi uma proposta de umas obrigações que de forma alguma satisfaz minimamente os nossos interesses [lesados do Banif]", declarou, realçando que "não tem viabilidade".
Mas Jacinto Silva disse que, "obviamente, com pressões das entidades políticas, o Santander poderá reconsiderar".
Também apontou que "começam a surgir conclusões, nomeadamente, através da comissão parlamentar de inquérito que responsabiliza o Estado português pela resolução do Banif", indicando que se "começa a perceber como foi feita e, provavelmente, de uma forma algo incorreta".
"Brevemente virão a público mais desenvolvimentos", anunciou.
A 20 de dezembro do ano passado, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif com a venda da atividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os ativos que o Totta não quis comprar. Continua a existir ainda o Banif, agora ‘banco mau’, onde ficaram os acionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido.
Além de vários protestos para dar a conhecer a sua indignação com o que se passou no Banif, a ALBOA anunciou este mês que vai avançar com uma ação judicial contra a TVI, que avançou em dezembro de 2015 com a notícia do encerramento do banco.
C/Lusa