O presidente da CNA disse ainda esperar que no próximo quadro financeiro plurianual “as forças que estão ligadas ao desenvolvimento do mar sejam chamadas para se protagonizar o novo desenvolvimento” do setor ligado ao mar.
Numa alusão ao Rei Dom João II – defensor da política de exploração marítima, que deu prioridade à busca de um caminho marítimo para a Índia – Costa Silva disse ser preciso voltar a revisitar algumas das questões levantadas no século XV.
“Mobilizar primeiro que tudo a inteligência, o conhecimento. Na altura eram as ciências da navegação, eram os cartógrafos, eram os matemáticos, hoje temos todas as áreas das tecnologias digitais, das ciências da saúde, das biotecnologias”, apontou.
Para o presidente da CNA, o mar “será sempre um fator fundamental em termos do futuro”, mas é preciso “pôr a economia a funcionar em relação a um desígnio”.
“O que não vai faltar são recursos financeiros e agora compete a nós [Portugal] como articular os recursos”, acrescentou, referindo-se aos 11.000 milhões de euros que faltam executar do PT2020, as verbas do PRR e o próximo quadro financeiro plurianual PT2030.
“Nós temos águas que são excelentes para produzir, por exemplo, algas, temos a nossa zona económica exclusiva que pode chegar a 4 milhões de quilómetros quadrados – atenção que isto é 40 vezes o território continental do pais – portanto, nós temos aqui oportunidade de desenvolver um conceito de país arquipélago”, explicou, apontando ainda os arquipélagos dos Açores e da Madeira como “excelentes” territórios para a investigação oceanográfica e climatológica e para “reconverter” as pescas.
António Costa Silva afirmou, em entrevista à Lusa, na semana passada, que a composição da CNA do PRR não está ainda concluída, mas o grande desafio vai ser pô-la a funcionar.
Na mesma ocasião, o responsável disse ainda que a retoma económica em Portugal ainda vai demorar, embora alguns setores, como o turismo e a agricultura possam recuperar mais depressa.