Os luso-venezuelanos estão a passar mais tempo na Madeira, mas na perspetiva de regressar à Venezuela, disse ontem o secretário regional da Educação, Jorge Carvalho.
"Tem existido uma certa flutuabilidade. Temos algumas pessoas que regressam ou permanecem mais tempo do que normalmente acontecia, na região, e entretanto uns vão regressando à Madeira e outros à Venezuela", afirmou.
Jorge Carvalho falava à agência Lusa, em Barcelona (320 quilómetros a leste de Caracas), no âmbito de uma visita de cinco dias à Venezuela, integrado na comitiva do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
"Há aqui dois nichos que mantêm um aumento ligeiro, mais acentuado, que tem a ver com o regresso de jovens e idosos, particularmente aqueles que procuram resposta no sistema regional de saúde", disse.
Jorge Carvalho, que já esteve várias vezes no país, a última delas em julho de 2017, por ocasião das celebrações locais do Dia da Madeira, explicou que a visita atual está enquadrada naquilo que tem sido a política do Governo português para a emigração e particularmente para os emigrantes na Venezuela".
"Integramos a comitiva do senhor secretário de Estado das Comunidades, que vem comunicar um conjunto de apoios para os emigrantes residentes na Venezuela e também para aqueles que pretendam regressar. Esse é o propósito, acima de tudo termos também esta proximidade com os nossos emigrantes, uma palavra de apoio", sublinhou.
Jorge Carvalho explicou que continua "a percecionar uma comunidade perfeitamente integrada, uma comunidade que é reconhecida, que mantém a esperança de que a Venezuela possa efetivamente voltar a ter a pujança que já teve noutros tempos".
No entanto, admitiu que alguns estão a enfrentar dificuldades, "fruto de alguns constrangimentos".
"Não é só a comunidade (portuguesa), mas grande parte da população, mas a nossa comunidade sente mais uma vez que está vocacionada para o comércio, o empresariado, obviamente que sente em primeira instância algumas das nuances que o país vai enfrentando", frisou.
Durante a visita tentará deixar "uma mensagem de esperança a todos os portugueses que optaram pela Venezuela para realizar os seus projetos de vida" de que "tanto o país como a região possuem hoje estruturas do ponto de vista social e económico que permitem enquadrar todos aqueles que procuram regressar".
"Estamos preparados, temos procurado dar todo o apoio às diferentes situações que nos são colocadas. Procuramos também estar junto da emigração", concluiu.
LUSA