Kiev apresentou um pedido de adesão à União Europeia (UE) em 28 de fevereiro, quatro dias depois do início da invasão russa, mas alguns Estados-membros mostraram reservas até em conceder à Ucrânia o estatuto de candidato, rejeitando qualquer processo acelerado de adesão.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, alegou na segunda-feira, em Berlim, que leva “décadas” até que um país como a Ucrânia adira à UE e sugeriu, por isso, que, entretanto, o país do leste europeu faça parte de uma “comunidade política europeia”, onde poderia ser incluído o Reino Unido, que saiu da UE em 2020.
“Tenho a impressão de que esta é uma tentativa de encobrir uma clara falta de vontade política para tomar decisões finais sobre a concessão do estatuto de candidato” da Ucrânia à UE, afirmou o Presidente lituano.
“Isso não é bom e acho que antes de fazer tais propostas, devemos pedir a opinião da Ucrânia sobre se uma tal situação responderia às suas expectativas atuais”, acrescentou.
A Lituânia apoia veementemente o pedido de adesão da Ucrânia à UE, embora Gitanas Nauseda reconheça que o processo pode levar anos.
“Não somos ingénuos e entendemos que levará mais de um, dois ou até talvez mais de oito anos desde o momento em que a Ucrânia obtenha o estatuto de candidato à União Europeia e a sua adesão plena”, concluiu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.