Uma análise aos relatórios de situação da Direção-Geral da Saúde (DGS) permite constatar duas tendências claras em relação ao número de casos diários de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 nas duas maiores regiões, desde a entrada em vigor da quarta e última fase de desconfinamento, a 01 de maio.
Na primeira quinzena do mês – entre 02 e 16 de maio -, o Norte foi sempre a região de Portugal que registou mais casos, variando entre o mínimo de 86 no dia 03 e o máximo de 181 no dia 06.
A partir do dia 17 essa tendência inverteu-se e Lisboa e Vale do Tejo, com exceção do dia 20, passou a ser a região do país com maior número de casos notificados diariamente, tendo registado 175 hoje.
Nestes nove dias, o número de casos em Lisboa e Vale do Tejo oscilou entre o mínimo de 90 no dia 17 e o máximo de 277 no dia 21, totalizando 1.588 nesse período, ou seja, cerca de 43% dos 3.658 casos de covid-19 registados em todo o país entre 17 de maio e hoje.
Na segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, confirmou o reforço da testagem à covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, face ao aumento da incidência, considerando essencial o corte das cadeias de transmissão.
Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, o governante lembrou que a área metropolitana de Lisboa já viveu uma situação epidemiológica similar no início do último verão e não descartou um eventual recuo da região nas respetivas regras de desconfinamento.
“São múltiplos os fatores que têm estado a explicar este aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo, mas já tivemos uma situação relativamente semelhante em junho/julho. Os mecanismos nessa altura foram implementados e hoje estão bastante mais agilizados”, frisou, sublinhando: “Se for necessário, as regras são claras e já vimos variadíssimos concelhos moverem-se na direção de mais desconfinamento ou mais confinamento e isso continuará a acontecer”.
Já sobre a suposta associação do aumento do número de casos com os festejos relacionados com o título de campeão nacional do Sporting, o secretário de Estado defendeu que esse tema requer mais estudo.
C/Lusa