E é para “voltar a ter paz” que este grupo continua a lutar e a manifestar-se, garantindo que só irá parar quando conseguir reaver a totalidade do seu dinheiro.
Por isso, os lesados estão a organizar uma manifestação “para breve” em frente aos escritórios dos advogados que os representam, por não lhes apresentarem resultados, disse Jorge Novo, um dos manifestantes.
“Os advogados, juntamente com os líderes das associações, traçaram as soluções sem nos ouvirem. Agora, obrigam-nos a escolher entre uma dessas soluções ou nada, ora nós o que queremos é só o que é nosso”, referiu.
Criticando o facto de não terem sido chamados a discutir as soluções em cima da mesa, Jorge Novo anunciou ainda que, além deste protesto, irão fazer um outro, em 14 de setembro, em Paris, França.
“Os prejuízos na nossa vida são incalculáveis. Ninguém imagina o que estamos a passar desde então”, vincou.
E é precisamente em Paris que Fernando Silva está emigrado há 48 anos, onde disse ter trabalhado muito para conseguir uma boa poupança para ter uma velhice descansada.
“Durante anos de trabalho e de vida em França privei-me de muita coisa para economizar e, um dia, chego a Portugal e dizem-me que não tenho um cêntimo na conta, ora isto é revoltante”, frisou.
Salientando que todo o país sabe quem são os “ladrões”, Fernando Silva questionou o porquê de esses ainda não terem sido acusados.
“Tenho um cansaço profundo, mas lutarei até ao fim das minhas forças. Não posso admitir que me roubem o que eu não roubei, mas sim trabalhei”, ressalvou.
Rodeados por bandeiras pretas e de diferentes países e cartazes onde se liam mensagens como “ladrões”, “roubo” ou “Banco de Portugal irresponsável”, os lesados iam gritando “ganharam todos, só os lesados é que foram vigarizados”.
Entre esses, António Silva considerava que a confiança, boa fé e dignidade das pessoas foi “violada”, acrescentando que para receberem algum do seu dinheiro têm de assinar uma proposta que não foram chamados a discutir.
Dizendo viver um “inferno diário”, o lesado salientou ter perdido família e amigos por causa desta situação, ficando com a “vida destruída”.
C/ LUSA