Em comunicado enviado hoje, a Alboa recorda que já esteve esta ação prevista há duas semanas, no Funchal, mas acabou por ser cancelada, porque, devido às más condições atmosféricas, o avião que transportava Marcelo Rebelo de Sousa para participar na Conferência Europeia das Regiões Periféricas não conseguiu aterrar na ilha.
A associação adianta que, “desta vez o Presidente da República vai estar no Palácio de S. Lourenço, no Funchal [sede do Representante da República] para receber os diversos partidos políticos” na tarde de sexta-feira.
Por isso, a Alboa está a organizar uma ação de protesto “entre as 13:30 e as 15:00, em frente ao Palácio de S. Lourenço”, referem.
O objetivo é “lembrar ao Presidente da República que há já três anos aguardam uma solução para a sua situação, de contornos dramáticos para muitos dos lesados”.
Ainda salienta que, “no caso do BANIF, grande parte dos lesados são pessoas de escassos recursos e elevada iliteracia financeira que foram convencidos, numa altura em que o banco já estava intervencionado pelo Estado, a mudarem as suas poupanças (muitas vezes de uma vida) em obrigações”.
No mesmo documento acrescentam que muitas pessoas “ficaram sem nada aquando da resolução e venda ao Santander-Totta”.
O Banif foi adquirido pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, em 2015, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.
Neste processo, cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados e acionistas que perderam 263 milhões de euros, havendo ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.
O Presidente da República deslocou-se na quarta-feira ao Porto Santo para participar nas cerimónias dos 600 Anos do Achamento/Descoberta das ilhas e viaja hoje para o Funchal.
Na Madeira, vai jantar na casa de uma das pessoas afetadas pelos incêndios em 2016, cuja casa ficou destruída, tendo na altura Marcelo Rebelo de Sousa assumido o compromisso de regressar para a inauguração da moradia.
Na sexta-feira, antes de regressar a Lisboa, o Chefe de Estado vai visitar o antigo Liceu do Funchal e na parte da tarde ouvir os vários partidos com assento na Assembleia da Madeira sobre a data dos próximos atos eleitorais.
LUSA