"O processo de negociação está suspenso", disse Podoliak, citado pela Presidência ucraniana.
"A Rússia não está a mostrar um elemento-chave: a compreensão (…) do que está a acontecer atualmente no mundo e o seu papel extremamente negativo", referiu Podoliak, acrescentando que Moscovo "não entende que a guerra não está mais a decorrer de acordo com as suas regras, com o seu calendário ou com os seus planos".
"O objetivo estratégico dos russos é tudo ou nada", segundo Podoliak, um dos membros da delegação ucraniana nas conversações de paz, acusando ainda as elites políticas russas de terem “medo de dizer a verdade”.
Várias reuniões entre negociadores de Kiev e Moscovo têm ocorrido, mas sem produzir resultados concretos.
A última reunião entre os chefes das delegações, Vladimir Medinski, do lado russo, e David Arakhamia, do lado ucraniano, aconteceu em 22 de abril, segundo as agências de notícias russas.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, acusou a Ucrânia em 25 de abril de "fingir" nas conversações, tendo assegurado posteriormente que Moscovo queria continuar com o processo negocial.
O vice-ministro russo, Andrei Rudenko, assegurou hoje que não há qualquer negociação a decorrer atualmente entre a Rússia e a Ucrânia, afirmando que Kiev "abandonou de vez" o diálogo.
“As negociações pararam. A Ucrânia abandonou de vez o processo de diálogo”, disse Rudenko à agência de notícias Interfax, sublinhando que as conversações entre os dois países, iniciadas em finais de fevereiro, foram interrompidas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, criticou hoje Washington e Londres por “terem guiado” a Ucrânia durante as rondas de negociações anteriores com a Rússia.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 83.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas – cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,1 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
Lusa