A confirmação foi feita pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, que acusou a Rússia de se ter comportado de forma irresponsável durante as mais de quatro semanas em que ocupou as instalações, impedindo que os funcionários realizassem todo os trabalhos necessários em áreas contaminadas.
Numa conferência de imprensa em Varsóvia, o ministro ucraniano disse ainda que a Rússia colocou a vida dos seus soldados em risco ao expô-los a radiações.
As autoridades ucranianas informaram na quinta-feira à AIEA que detinham novamente o controlo da antiga central nuclear de Chernobyl, após a saída das tropas russas que a ocupavam desde 24 de fevereiro.
As tropas russas passaram "o controlo da fábrica para os ucranianos por escrito e transferiram dois comboios de militares para a Bielorrússia”, adiantou a AIEA em comunicado.
No local daquela central onde ocorreu o maior desastre nuclear da história, em 1986, ainda existem “algumas forças russas”, embora as autoridades ucranianas “presumam” que estão a preparar-se para partir, segundo o comunicado.
A central nuclear de Chernobyl, localizada a norte de Kiev, não está ativa, mas ainda requer tarefas de controlo, análise e vigilância.
Após ser ocupada pelo Exército russo em 24 de fevereiro, a antiga fábrica tem sido motivo de preocupação para a AIEA, já que o pessoal que lá trabalhava ficou detido por quase um mês sem descansar.
Só em 20 de março começou a rotação dos trabalhadores, que foi concluída no dia seguinte.
Desde então, a “Ucrânia não relatou nenhuma rotatividade de pessoal”, acrescentou a AIEA.