O julgamento do ex-presidente do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, pelos crimes de difamação, injúrias e abuso de liberdade de imprensa contra o historiador e militante do PS António Fernandes Loja foi adiado, sem nova data marcada.
Segundo o advogado do historiador, Cabral Fernandes, "o julgamento está adiado sem data porque o advogado da defesa, Guilherme Silva, interpôs um recurso para o Tribunal da Relação, que ainda não decidiu. Como está pendente na Relação, a juíza ainda não marcou a data da nova audiência".
Este julgamento, que foi agora adiado pela terceira vez, começou por estar agendado para 17 de fevereiro, foi remarcado para 1 de abril e depois para 8 de julho, na Instância Local da Comarca da Madeira.
Alberto João Jardim responde em tribunal por dois artigos de opinião – sob o título "A loja dos rancores" – publicados no Jornal da Madeira a 23 e 26 de novembro de 1994.
"Era marxista há menos de oito dias, agora é só interpretação histórica"; "tão pirado que não vê as próprias grosserias e descobre-as nos outros"; "não fui eu que andei com perseguições após o 25 de Abril"; "nunca andei a espreitar funcionários policialmente"; "a criatura endoidou"; "ordinarote" e "o homenzinho, ao ler isto, caem-lhe mais três dentes, dois de raiva e um de senilidade" foram algumas das expressões e frases utilizadas pelo então líder madeirense, segundo a acusação.
No processo, foi deduzida acusação particular e feito um pedido cível de indemnização no valor de 600.000 escudos (perto de 3.000 euros) contra o social-democrata.
O ex-governante riposta, por seu lado, que as expressões utilizadas foram utilizadas no âmbito do debate político.
Alberto João Jardim foi presidente do Governo Regional da Madeira entre 18 de março de 1978 e 12 de janeiro de 2015. Manteve-se como presidente em exercício até 20 de abril de 2015, dia da tomada de posse de Miguel Albuquerque, que o sucedeu na liderança do PSD/Madeira.