Segundo os registos dos tribunais e das autoridades citadas pela agência noticiosa norte-americana The Associated Press (AP), a condenação da jornalista a seis anos e meio de prisão ocorreu na sexta-feira após um julgamento secreto, na cidade de Kazan.
Kurmasheva, editora do serviço Tatar-Bashkir da RFE/RL, rádio financiada pelo governo dos Estados Unidos, foi condenada por “divulgar informações falsas” sobre os militares russos, de acordo com o ‘site’ do Supremo Tribunal da república russa do Tartaristão.
A porta-voz da alta instância judicial, Natalya Loseva, confirmou à AP por telefone que Kurmasheva foi condenada a seis anos e meio de prisão num processo classificado como secreto, sem que tenha dado pormenores sobre a natureza das acusações de que a jornalista foi alvo.
Questionado hoje sobre a decisão judicial russa, Stephen Capus, presidente e diretor executivo da RFE/RL, denunciou o julgamento contra Kurmasheva e classificou a condenação como “uma farsa da justiça”.
“O único resultado justo é que Alsu seja imediatamente libertada da prisão”, defendeu também em declarações à AP, acrescentando: “Já é mais do que tempo de esta cidadã norte-americana, nossa querida colega, se reunir com a sua querida família”.
A condenação de Alsu Kurmasheva surge poucos dias depois de a justiça russa ter condenado a 16 anos de prisão o jornalista norte-americano Evan Gershkovich, acusado de espionagem por alegadamente ter acedido a informação secreta sobre a indústria militar do país.
O julgamento do jornalista do The Wall Street Journal (WSJ) decorreu à porta fechada.
Lusa