Em comunicado, o IPMA revela que na sequência da erupção daquele vulcão, desde 19 de setembro “têm sido emitidos gases e partículas para a atmosfera” que “são transportadas a longas distâncias”.
“De acordo com os resultados das previsões do serviço de monitorização atmosférica do programa Copernicus (CAMS), algumas dessas partículas terão chegado ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato”, acrescenta a nota de imprensa.
O IPMA realça que o aerossol sulfato “resulta da reação em fase líquida do dióxido de enxofre com a água”, formando “pequenas partículas líquidas”.
Essas partículas, que podem ser “transportadas pelo vento”, possuem “propriedades óticas que contribuem para uma maior dispersão da luz e, consequentemente, provocam uma redução da visibilidade”.
“Desde o passado dia 29, as observações do IPMA confirmam uma redução significativa da visibilidade horizontal por estas partículas nos grupos central e oriental dos Açores, que deverão encontrar-se principalmente numa camada abaixo dos 800 metros de altitude”, assinala o comunicado.
O IPMA refere ainda que a “elevada humidade” registada nos Açores terá "aumentado o tamanho das partículas".
Hoje, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) disse estar a estudar a possibilidade de uma reação química provocada pelo vulcão de La Palma estar a criar uma “neblina” em torno de algumas ilhas dos Açores, possibilidade confirmada agora.
O vulcão Cumbre Vieja situa-se na ilha de La Palma, uma das que integram o arquipélago espanhol das Canárias, situado no oceano Atlântico, a oeste da costa de Marrocos.
A erupção do vulcão começou em 19 de setembro e obrigou mais de 6.000 pessoas a abandonarem as suas casas.
Até ao momento, não se registaram feridos ou mortos.
A lava destruiu 656 edifícios e cobriu 268 hectares na ilha, de acordo com o sistema de medição geoespacial Copernicus da União Europeia.