Em comunicado, a FCUP revela hoje que o projeto vai recorrer a técnicas não invasivas de observação da Terra a partir do espaço, nomeadamente, satélites, drones e outras tecnologias geoespaciais.
Citada no documento, a investigadora e coordenadora do projeto, Ana Cláudia Teodoro, esclarece que o projeto "vai explorar a interface entre a água e a terra em termos de prospecção".
No âmbito do projeto está já prevista uma "primeira paragem para trabalho de campo" nas Rias Baixas, na Galiza (Espanha), onde os investigadores vão tentar perceber a transição entre o meio terrestre e marinho.
Esta transição é um dos "principais desafios" do projeto que irá abranger todas as fases do ciclo de vida da mineração, a nível da exploração de matérias-primas "críticas", como o cobalto, cobre e níquel.
"Ao serviço dos investigadores estarão veículos autónomos submarinos, diversos equipamentos e novos sensores hiperespectrais", salienta a FCUP.
Financiado pelo programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, o projeto, intitulado S34I, arranca em janeiro de 2023 e decorre até 2025, ano em que os investigadores deverão ter concluídas "um conjunto de recomendações, informações e soluções destinadas à industria mineira com impacto na sustentabilidade".
"Queremos contribuir para uma transição verde, mas também para apoiar a aceitação social da mineração e para uma melhor legislação", acrescenta a investigadora, que se especializou em deteção remota nas zonas costeiras.
Os resultados da investigação serão "validados" em diferentes locais, bem como em diferentes fases do ciclo de vida da mineração, nomeadamente, "prospeção em terra em Espanha, prospeção costeira na costa atlântica da Península Ibérica, fase de extração na Áustria e fase de encerramento e pós-encerramento na Finlândia e na Alemanha".
O projeto integra 19 parceiros de 12 países europeus, desde empresas, centros de investigação, academia e serviços geológicos nacionais.