Com uma Menção Honrosa, sem qualquer valor pecuniário, foi distinguido Jaime Freire, pela obra “Um Rádio Para Ouvir Londres – Ensaio sobre o Não-Direito do Estado de Guerra do III Reich”.
Estas duas obras vão ser publicadas pela Imprensa Nacional este ano, disse à agência Lusa fonte da editora estatal.
O Prémio Imprensa Nacional/Vasco Graça Moura foi instituído em 2015 e distingue, rotativamente, trabalhos inéditos nas áreas de “atuação onde Vasco Graça Moura mais se destacou: Poesia, Ensaio e Tradução”. Esta 8.ª edição foi dedicada ao Ensaio.
O júri, ao qual presidiu o escritor Pedro Mexia, afirmou sobre a obra vencedora: “Investigando um conjunto de tons e tendências em Sena e em O’Neill (o azedume e a ‘desimportantização’, as polémicas e as paródias, a veemência do gosto e o desgosto da eloquência), Joana Meirim demonstra, com grande conhecimento dos textos e fluidez discursiva, o modo bem distinto como dois poetas portugueses contemporâneos se confrontaram com um tempo e um país, com a fugacidade e a imortalidade, e com a ideia de poesia”.
Sobre a obra de Jaime Freire, o júri referiu ser um “texto informado e ambicioso que convoca, através da História, da ideologia e da literatura, os usos e abusos do Direito e da linguagem, as leis da guerra, a ‘traição dos intelectuais’ e a herança dos totalitarismos”.
Além de Mexia, o júri foi constituído por pelo poeta e editor Jorge Reis-Sá e pela professora universitária Joana Matos Frias. Ao galardão apresentaram-se 60 candidaturas.
Joana Meirim é professora convidada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, investigadora do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da Universidade Católica Portuguesa e colaboradora do Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, da Universidade Nova de Lisboa.
Meirim é doutorada pelo programa em Teoria da Literatura da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com uma tese dedicada aos escritores Alexandre O’Neill (1924-1986) e Jorge de Sena (1919-1978). Em 2021, editou um volume de entrevistas de Alexandre O’Neill, e coorganizou um livro sobre o ensino da literatura, e, no ano seguinte, um sobre a crítica de Jorge de Sena.
Jaime Freire é escritor, ensaísta e advogado, autor de “O Homem da Superfície” (1997), “Conversa na Ilha da Jana” (1998), “Os Dragões de Komodo” (2001), “Any Time is Tee Time e outras histórias” (2003), “A Japonesa Nua” (2009) e “Mata! Mata! – A Viagem de Wargus” (2021), entre outras obras de ficção.
No ano passado o galardão contemplou a Poesia, e o vencedor foi o moçambicano David Bene com a obra "O Vazio de um Céu sem Hinos".
Lusa