“Temos verificado mais uma vez nos últimos dias que grande parte dos incêndios são evitáveis. Nesta semana, o incêndio de Vale de Cambra começou com um churrasco, incêndio de Vila Flor no sábado começou com trabalhos agrícolas, outros incêndios também fruto de atividades absolutamente evitáveis”, afirmou o Ministro Eduardo Cabrita na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (AENPC), em Carnaxide, Oeiras.
Nesse sentido, foi determinado que serão “proibidos todos os trabalhos em espaço rural, exceto os de combate a incêndios florestais e a garantia da alimentação dos animais, pelo menos até às 24:00 da próxima terça-feira”.
Questionado sobre as previsões meteorológicas para os próximos dias, avançadas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Ministro da Administração Interna indicou que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil está a avaliar a situação para que o Governo decida sobre a declaração de alerta.
“A situação está a ser avaliada pela ANEPC, tendo em conta que o IPMA, relativamente a segunda e terça-feira coloca cerca de 170 municípios do continente, isto é quase dois terços dos municípios do continente [território continental], num nível máximo ou muito elevado de risco de incêndio rural”, declarou Eduardo Cabrita, explicando que a Proteção Civil está a avaliar os níveis de alerta operacional adequados.
Sobre a situação de alerta que pode vir a ser declarada pelo Governo, o Ministro da Administração Interna lembrou que “permite mobilizar recursos, dispensar de trabalho todos os bombeiros voluntários, colocar num nível de prontidão máximo todas as entidades do sistema e, fundamentalmente, proibir atividades de riscos”.
“Não é só serem desaconselhadas, pirotecnia, trabalhos agrícolas com máquinas, uso do fogo na floresta são crime e serão tratados como tal pelas entidades com responsabilidade pela vigilância, a começar pela Guarda Nacional Republicana (GNR)”, alertou o governante.
Segundo o IPMA, 54 concelhos do interior Norte, do Centro, Alentejo e Algarve estão hoje em risco máximo de incêndio, designadamente municípios dos distritos de Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre e Faro.
Os distritos que estão hoje com o maior número de concelhos em risco máximo de incêndio são os de Guarda, com 12 (Vila Nova de Foz Côa, Trancoso, Pinhel, Almeida, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Mêda, Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Sabugal e Manteigas) e Castelo Branco, com 10 (Belmonte, Covilhã, Penamacor, Fundão, Oleiros, Castelo Branco, Sertã, Vila de Rei, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão).
Em risco reduzido estão 31 municípios dos distritos de Braga, Porto, Leiria, Aveiro, Coimbra, Lisboa e Setúbal.
O risco de incêndio é determinado pelo IPMA e tem cinco níveis: máximo, muito elevado, elevado, moderado e reduzido).
Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
A Proteção Civil alertou na quinta-feira para o aumento do risco de incêndio, a partir de sexta-feira, para níveis "máximo ou muito elevados" nas regiões do Norte, Centro, Vale do Tejo, Alentejo e Algarve e para "elevado" no restante território do Continente.
Num aviso à população emitido na quinta-feira, a ANEPC dava conta das medidas preventivas, como a proibição das queimas e queimadas sem autorização, utilização de fogareiros e grelhadores em todo o espaço rural, fumar ou fazer qualquer tipo de lume nestes locais, lançar balões de mecha acesa e foguetes. O uso de fogo-de-artifício só é permitido com autorização das câmaras municipais.