Dados provisórios recolhidos até hoje pelo ICNF dão conta que se registaram este ano 6.118 incêndios rurais, que provocaram 38.198 hectares de área ardida, 52% em povoamentos florestais, 36% em matos e 11% em área agrícola.
A 08 de julho, dia em que Portugal entrou em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural, tendo depois passado na segunda-feira para contingência com o agravamento do perigo, o ICNF indicava que tinham deflagrado desde 01 de janeiro 12.473 fogos, o que significa que numa semana arderam 25.725 hectares.
Comparando estes dados com o relatório do ICNF de 15 de julho de 2021, concluiu-se que a área ardida é a maior desde 2017, quando até essa data tinham sido consumidas pelas chamas 74.340 hectares após o incêndio de Pedrógão Grande, e a segunda maior na década.
Em comparação com o mesmo período de 2021, a área ardida mais do que triplicou este ano e o número de incêndios aumentou 43% (mais 1.855).
O número de incêndios também é o mais elevado desde 2017.
Segundo o relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), em todo o ano de 2021 registaram-se 8.223 incêndios rurais, que resultaram em 28.415 hectares de área ardida.
Num último balanço feito na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, referiu que até à data o incêndio com maior área ardida consumida foi o que deflagrou na localidade de Cumeada, no concelho de Ourém (distrito de Santarém), em que arderam cerca de 4.000 hectares.
Por sua vez, dados enviados à Lusa pela ANEPC indicam que até às 12:00 de hoje ocorreram 6.632 ocorrências de incêndio rural.
Segundo a ANEPC, os distritos com maior número de incêndio são o Porto (1.216), Vila Real (620), Braga (604), Lisboa (547), Viana do Castelo (496), Viseu (427) e Aveiro (416).
O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) avança também que Portugal é o terceiro país da União Europeia com maior área ardida este ano, sendo apenas superado pela Roménia (149.264 hectares) e por Espanha (92.502).
Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.
A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.