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Imagem de Imigrantes integrados no combate ao fogo no interior do país
Foto: Lusa
Sociedade 21 ago, 2025, 11:01

Imigrantes integrados no combate ao fogo no interior do país

Brasileiros, nepaleses, bangladeshianos e indianos são também protagonistas do combate aos incêndios em Portugal, um sinal da mudança demográfica dos territórios, fora dos grandes centros urbanos.

“Na minha vida nunca vi nada assim, nunca pensei que o fogo pudesse ser assim, tão grande, tão forte”, diz à Lusa, através de contacto telefónico, o nepalês Subash, que viu a sua casa destruída por um fogo há cerca de duas semanas, em Zambujeira do Mar, Odemira.

Este é um dos concelhos que tem resistido ao despovoamento graças à fixação de imigrantes para o trabalho agrícola, como é o caso de Subash.

Em 2013,segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), havia apenas 669 estrangeiros com residência, um número que passou para 3.197 em 2023 (um aumento de 377%), e que não inclui os pedidos pendentes, ainda por calcular.

Em abril, as autoridades estimavam em 1,6 milhões o número de estrangeiros em 2024, de acordo com Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), mas o relatório final ainda não foi publicado, pelo que os dados mais atuais, segmentados por concelho, são de 2023.

Quatrocentos quilómetros a norte, em Oliveira do Hospital – que tinha apenas 50 estrangeiros em 2013, 10 anos depois tinha 283, o que corresponde a um aumento de 466% -, o bangladeshiano Jewel sabe bem o que são os fogos. É sapador florestal e um dos que abre caminho ao trabalho dos bombeiros.

“É a loucura. Nunca paramos, não podemos parar, temos de proteger as pessoas”, afirma Jewel, que trabalha para uma empresa privada de gestão florestal.

“Nestes dias, o nosso trabalho é destruir as árvores e o mato, para proteger as casas”, explicou o sapador, contratado no Bangladesh há um ano para fazer este trabalho em Portugal.

Sana Gupta e a sua mulher vivem numa aldeia no interior da Guarda (56 estrangeiros em 2013 e 572 em 2023, um aumento de 920%) e nunca viram no seu Nepal nada comparável ao que lhes aconteceu há dois dias.

“Isto foi o terror. Aqui só vivem idosos, coitados. Nós abrimos a nossa casa aos nossos vizinhos e duas senhoras passaram aqui algumas horas, à espera que isto passasse”, recorda Sana, que está em Portugal há dois anos, um país que diz ser “especial, particularmente nas aldeias que são tão bonitas”.

Do fogo, Sana recorda a escuridão: “era de dia e parecia de noite. E depois ouvia-se um barulho forte. Mas os bombeiros ajudaram muito. Eles são impressionantes”.

Elogio destes já ouviu muitas vezes o brasileiro Márcio Christo, adjunto dos bombeiros voluntários de Pataias (Alcobaça, que tinha 90 estrangeiros em 2013 e 1.537 em 2023, um aumento de 1600%), que, desta vez, não foi ao norte.

Com 51 anos e a viver em Portugal desde 2002, Márcio entrou nos bombeiros em 2011, um percurso normal para quem, já no Brasil, estava muito ligado ao associativismo comunitário.

E foi em Portugal que conheceu a força do fogo: “É algo inexplicável, é um ser vivo, incompreensível algumas vezes, que devemos respeitar, porque faz geralmente o que quer”.

Foi um dos primeiros bombeiros a chegar ao início do incêndio que destruiu o Pinhal de Leiria, em 2017, perto da praia da Falca. “Não conseguimos segurá-lo”, lamenta.

Hoje, como elemento do comando, está mais de fora das operações, mas respeita a coragem de quem combate. “Quem está lá dentro sabe bem como é. É muito estranho, estamos cercados e temos uma mangueira de 25 de diâmetro e três mil litros de água para aquele mundo de chamas”.

O combate aos incêndios não é feito apenas por quem é bombeiro ou limpa as matas, mas corresponde a um esforço coletivo que inclui coisas tão simples como a logística.

O indiano Ganga Singh é dono de estabelecimentos de restauração em Oliveira do Hospital e colocou, estes dias, os seus 25 funcionários a distribuir refeições aos bombeiros.

“É a nossa obrigação. Não faço isto para agradar, mas porque todos temos que nos ajudar”, afirmou o empresário, que está em Portugal há nove anos e em Oliveira do Hospital há dois anos e meio.

“Tinha um restaurante em Coimbra, mas depois de ter ido à Serra da Estrela, fiquei apaixonado e vim para aqui porque não havia nada de parecido com ‘kebabs'”, explicou Ganga, que elogia os seus novos conterrâneos.

“As pessoas são todas muito simpáticas e acolhedoras. Senti-me em casa rapidamente”, diz.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, recorda que o concelho tem uma grande “tradição de acolhimento de outras comunidades” e que, “hoje em dia, quando se quer mão-de-obra para trabalhar é preciso ir buscar estrangeiros”.

“Entre os sapadores florestais, a maioria são estrangeiros, muitos do Indostão ou de África e trabalham bem. Não há portugueses para assegurar a agricultura, a silvicultura ou os serviços”, resumiu o autarca.

“Oliveira do Hospital tem uma tradição antiga de imigrantes de belgas, holandeses ou alemães. Hoje chegam outros, mas todas estas comunidades se mobilizam contra o fogo, que é o inimigo comum” e “aí não há nacionalidades”, há “compromisso e trabalho”.

“Não há diferença, vejo-os a defenderem os seus pertences e a sua floresta. Também entram em pânico como os portugueses e também procuram zonas de acolhimento seguro e aceitam as indicações das autoridades”, acrescentou José Francisco Rolo.

“Quando se reside numa aldeia, como a Aldeia das Dez ou o Avô [terras fustigadas pelas chamas], toda a comunidade se mobiliza para defender os seus pertences e a resistência e o trabalho da população têm sido heroicos”, afirmou o autarca, que critica o discurso contra os imigrantes, particularmente em zonas mais despovoadas.

Mas para a integração dos imigrantes não basta emprego, mas que o país de acolhimento lhes permita condições para viver. Isso ainda não acontece em Portugal com Jewel e Subash.

“Sem os meus filhos, eu estou aqui incompleto”, desabafou o sapador oriundo do Bangladesh. Mais a sul, o agricultor nepalês concorda.

Subash está há quatro anos em Portugal e não sabe quando pode ter consigo a sua família, que ficou no Nepal. “Eu sonho com esse dia, quero viver aqui e não é um incêndio que me vai impedir de estar cá”.

Lusa

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