Trata-se de uma situação que persiste e se agravou recentemente, apesar de as autoridades locais terem sido informadas há vários meses, explicou à Agência Lusa fonte daquele lar de anciãos.
“O problema da estrada já tem algum um tempo. Para nós é importante, porque nos preocupa ficar isolados e depois não ter como trazer a comida (alimentos), os medicamentos e é também por aí que os trabalhadores chegam”, disse a secretária do Lar, arilú Martins de Andrade.
A situação da estrada “cada dia fica pior” e neste momento “fica só um pequeno espaço para o transporte”, para a passagem de viaturas.
“Nós temos o camião da água, e os autocarros, que são veículos muito grandes que precisam de mais espaço (para passar) e são pesados”, disse.
Até ao momento, foi feito um pedido ao governo do estado venezuelano de Miranda, “mas ainda não tivemos resposta”.
“Por isso, se calhar, através da Embaixada (de Portugal) ou do Consulado possam fazer o possível para que a nossa petição seja atendida, devido ao perigo a que estamos em risco, tanto nós como as pessoas que vivem nesta urbanização”, disse Marilú Martins de Andrade.
Questionado sobre as falhas da estrada, o embaixador de Portugal em Caracas, Carlos de Sousa Amaro, disse estar ao corrente mas não conseguiu, até ao momento, agendar reuniões com as autoridades locais para tratar do caso .
“Fomos informados disso já em finais de julho, pela direção do Lar. Logo de seguida contactei as autoridades venezuelanas nomeadamente o gabinete do governador do estado de Miranda e agendámos várias reuniões o que infelizmente também não foi possível realizar”, disse o diplomata à Agência Lusa.
Carlos de Sousa Amaro explicou ainda que esteve no lar, reunido com um luso-venezuelano que faz parte do gabinete do governador local e foram enviadas “fotografias sobre o estado da estrada” às autoridades locais.
“É de facto um risco que estão a correr (…) neste momento vir ou descer por esta estrada. Por outro lado, se o terreno dá de si, então o Lar vai ficar isolado, sem a possibilidade de acesso para médicos, ambulâncias e mesmo para o fornecimento de alimentos”, disse.
Criado em 1999 e com capacidade para albergar uma centena de pessoas, o Lar da Terceira Idade Padre Joaquim Ferreira foi projetado pela comunidade portuguesa da Venezuela e impulsionada pela Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas de Caracas.
O Lar homenageia o padre Joaquim Ferreira, membro fundador e guia espiritual daquela associação benemérita.
Tem uma área de construção de cinco mil metros e 11 mil de zonas verdes, está situado na urbanização Los Anaucos Norte, 15 minutos a sul de Caracas.