O número de enfermeiros portugueses que se registaram para trabalhar no Reino Unido caiu dramaticamente nos últimos 12 meses anteriores a outubro, de 1.127 para apenas 73, segundo números oficiais publicados ontem.
De acordo com o Nursing and Midwifery Council [Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, a entidade reguladora da profissão], a queda foi de 94% relativamente à média de 1.127 enfermeiros portugueses que se vinham a registar anualmente desde 2012.
Portugal faz parte de um grupo de seis países, juntamente com Espanha, Polónia, Roménia, Itália e Irlanda, que constituem 90% dos profissionais de países europeus a inscrever-se no NMC nos últimos cinco anos.
O relatório divulgado esta quinta-feira relativo a inscrições feitas entre setembro de 2016 e setembro de 2017, revela um decréscimo de 89% no número de enfermeiros europeus a registar-se para trabalhar no Reino Unido, para 1.107, contra 10.178 inscritos entre setembro de 2015 e setembro de 2016.
O mesmo estudo mostra também que o número de profissionais que anulou a sua inscrição aumentou 67%, de 2.435 no ano passado para 4.067 este ano.
Estes números reforçam a tendência que já era indicada num relatório divulgado em junho, o primeiro a mostrar dados do período posterior ao voto do referendo de junho de 2016, quando 52% de eleitores votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia.
Jackie Smith, presidente-executiva e secretária do Conselho de Enfermagem e Obstetrícia, manifestou ser "preocupante" o aumento contínuo de enfermeiros a deixar o registo.
"Estes números continuam a evidenciar os enormes desafios que os setores de saúde e cuidados continuados do Reino Unido enfrentam em termos de recrutamento e retenção de funcionários", vincou.
LUSA