"Dizemos ‘sim’ ao apoio à Ucrânia mas opomo-nos a um crédito conjunto", afirmou o ministro de Estado, Gerlely Gulyas, aos jornalistas em Budapeste.
Este pacote de assistência macrofinanceira tem de ser aprovado por todos os estados-membros da União Europeia, sendo que prevê novas emissões de dívida que têm como aval o orçamento comunitário.
"Não é um veto, já que se trata de uma decisão conjunta, e sim, não a apoiamos. Não vai haver decisão", acrescentou Gulyas.
A Comissão Europeia prevê apresentar hoje uma proposta para entregar à Ucrânia 18 mil milhões de euros em empréstimos sob condições favoráveis durante o próximo ano, incluindo os três mil milhões que foram prometidos para este ano e que a União Europeia ainda não conseguiu desbloquear.
O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, disse na segunda-feira que apesar do bloqueio esperado da Hungria vai trabalhar como "todos os estados-membros para garantir que no final vai haver uma decisão positiva".
Por outro lado, Gulyas, disse hoje que a posição de Budapeste sobre a ajuda especial à Ucrânia não está relacionada com a retenção dos sete mil e quinhentos milhões euros de fundos comunitários à Hungria pelas polémicas questões relacionadas com o incumprimento das normas do Estado de Direito.
O ministro disse que a Hungria mantém a posição sobre a ajuda a Ucrânia mesmo que a verba destinada a Budapeste venha a ser concedida.
Não é a primeira vez que a Hungria bloqueia ou veta decisões comunitárias.
Este ano, a Hungria vetou a imposição de um mínimo de 15% para multinacionais na União Europeia e dificultou a imposição de sanções contra a Rússia exigindo mudanças e exceções.
O primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista Viktor Orban, é considerado como o único aliado do presidente russo, Vladimir Putin, entre os líderes o bloco europeu.